N

Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


sexta-feira, 21 de junho de 2013

UM LÍDER PRECISA-SE

As notícias são claras e parece não haver contraditório. O técnico Luis Sénica foi dispensado precipitadamente antes do fim da época mas depois é depois convidado a renovar, Luis Viana despede-se emocionado do público e do clube porque lhe comunicaram a não renovação do contrato, tem posteriormente proposta para um novo contrato, Ricardo Silva, após longa carreira no clube, deixa mensagem muito dura no facebook, falando em mágoa e em pessoas falsas. Isto tudo quando o hóquei consegue a mais importante vitória da história da modalidade no clube. Era evitável. Se houvesse dúvidas sobre a falta de estratégia nas nossas modalidades está aqui um bom exemplo. E nem foi necessário falar do andebol e do futsal. Sobre o provável mau ambiente em alguns sectores, ele é apenas o reflexo dessa falta de estratégia.
Pergunta-se: Quem é o responsável máximo pelas modalidades do clube e que poderá responder por todas elas, com conhecimento de causa? O Vice que acumula com as casas do Benfica? O Diretor-Geral que acumula com a orientação da equipa de basquetebol? Algum assessor anónimo do Presidente e que nem é benfiquista? Tal como o futebol, a direção das modalidades precisa de um rosto, que pense 24 horas nas mesmas e que esteja acima dos diversos diretores técnicos que pululam nas diversas secções. E acima de tudo que otimize o enorme investimento que está ser feito.    
JL

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O CASACO DE CABEDAL

No bairro onde cresci, bem no centro de Lisboa, penso que ainda existe uma loja de pronto-a-vestir, termo agora em desuso. A existir tem pelo menos a minha idade, porque não me lembro da sua falta. Como distante estava uma Lisboa capilarizada com as marcas da Inditex, a referida loja ganhava uma importância desmesurada mesmo para quem estava a cinco minutos a pé do Rossio e do Chiado. Qual aldeia urbana, ali se fazia as compras na entrada das estações, numa cadência relojoeira.  
Recordo que na época o nosso conceito de centro comercial resumia-se ao grandioso Imáviz ou ao mais modesto mas bem equipado Apolo 70. Mais longe do centro apareceu o gigantesco CC Portela, apenas visitado na companhia dos progenitores e ao fim-de-semana.
Voltando á loja, o pequeno empresário lá ia alterando a montra conforme as necessidades provocadas pelo calendário. Talvez seja uma lembrança confortável, mas tenho para mim que as coisas na altura estavam mais bem definidos e no Verão fazia mesmo calor e no inverno mesmo frio e chuva.
A propósito de Inverno, ficou para a colecção de lendas juvenis da freguesia um famoso casaco de cabedal que anualmente era exposto na dita montra. Todos os anos, no início de Outubro, o casaco, castanho-escuro, de linhas clássicas e sem grandes inovações, era lá colocado. Mudava de sítio, trocava de conjunto, o preço era colocado em cores e tamanhos diferentes. A mudança não era só anual. Chegava ao fim de Dezembro, início de Janeiro, e o casaco deixava o manequim da esquerda que tinha umas calças azuis e uma camisa às riscas e ia descansar ao lado ao oposto, ao manequim mais friorento, com o pullover de bico e calças de bombazine.
Ao princípio pensávamos que o casaco era outro, mas de tanto passarmos à porta, começamos a conhecer tão bem a peça, como conhecíamos as bordas dos passeios onde se realizavam os mais emocionantes grandes prémios do Mundo. Não havia dúvidas, era sempre o mesmo casaco.
Por vezes víamos um cliente a experimentá-lo e com o hábito até parávamos o jogo da bola para aguardar o desfecho da negociação, que invariavelmente terminava com um abanar a cabeça do promissor comprador perante a irredutibilidade do lojista em baixar o preço. Para nós, bando de pardais à solta, sempre foi um mistério esta contradição viva à lei da oferta e da procura.
E tenho a certeza, que agora todos nós, já adultos, quando passamos na referida loja e não vemos exposto o famoso casaco, apostaríamos sem medo que ele nunca foi vendido e que repousa no armário do dito lojista, sendo usado a miúde nos dias mais friorentos.
Lembro-me sempre desta história cada vez que leio uma notícia sobre o interesse de um clube no Nicolas Gaitan.
JL

quarta-feira, 19 de junho de 2013

BENFICA TV

Esta última controvérsia sobre a entrada da PT no capital da SportTV deve estar a dar algumas dores de cabeça aos responsáveis do clube, mas estes, se forem sagazes, devem ver esta situação como uma boa oportunidade. Uma oportunidade de inovar e de tomar a dianteira em relação à concorrência.
Estou em crer que mais do que os direitos dos 15 jogos em casa (poderiam ser 17 se tivesse havido alargamento), a grande mais-valia ao nível dos conteúdos é o campeonato inglês. Com as aquisições que se anunciam e nomeadamente com a presença do mediático Mourinho, muitos serão aqueles que não vão resistir a ter acesso a esse mundo por uns simples 10 euros mensais.
Outra época empolgante dos homens de Jesus, equipas competitivas de pavilhão e jogos da equipa B transmitidos com uma qualidade aceitável (no ano passado a experiência foi miserável), não sendo fundamental, pode contribuir para engrossar a adesão.  
Ganha a batalha dos conteúdos, o ataque dá-se ao nível dos canais distribuição. A tentativa clara de estrangulamento da Benfica TV, impedindo contratualmente que qualquer conteúdo concorrencial à Sport TV fosse transmitindo nas plataformas PT e ZON, parece-me claramente condenada ao insucesso. Quero acreditar que ainda há leis neste país.
De qualquer forma, a televisão como a conhecemos morreu, ou está a morrer, e o Benfica não pode estar amarrado a um canal construído de forma convencional. A televisão já não se vê em directo, é o espectador que faz a sua própria grelha. A televisão já não se vê somente a partir da caixa que temos na sala. Ela pode ser vista em qualquer lugar e com diversos suportes; PC, tablet, telemóvel, etc.
O telespectador deixou de ser simplesmente consumidor, ele quer também ser produtor de conteúdos, quer ser activo. Quer ver e destacar no facebook ou enviar para os amigos. Quer escolher o que vê, quando e como. Neste campo a inovação é fundamental e a presença no mundo através dos diversos suportes disponíveis é a chave do sucesso.
É dentro desta premissa que a Benfica TV tem de trabalhar, assumindo-se como o principal meio de difusão do benfiquismo no mundo, mas também, e desde que ficou guardiã dos valiosos direitos televisivos dos nossos jogos, tornar-se uma das principais fontes de receita, muito mais relevante no bolo total do que o foi até agora.



JL

segunda-feira, 17 de junho de 2013

E ISTO É DE GENTE ALTAMENTE PROFISSIONALIZADA

Os tipos da comunicação do Benfica que foram a Amesterdão vieram carregados de produto, só assim se compreende este comunicado. Estivesse o Vieira mais atento a tudo o que o rodeia e uma limpeza naquela área do clube era o mínimo que se esperaria. Ou então ia tudo mijar para o copo, como na tropa. 
É este o célebre profissionalismo de gente que nem benfiquista é?
Aliás, a deplorável forma de redigir comunicados já se vinha a notar há uns tempos para cá, mas este último bate todos aos pontos e deve entrar diretamente para o anedotário nacional. Neste blogue sempre se pediu a existência no clube de uma comunicação célere e ativa, mas assim, desta forma, mais vale o silêncio.   
JL

domingo, 16 de junho de 2013

CUIDADO COM AS IMITAÇÕES

Há um manto de despotismo que se vai alastrando pelo nosso Clube, ocultado pela indesmentível recuperação financeira e encoberto por alguma estabilidade económica. Só não consegue passar totalmente oculto porque o sucesso desportivo não é tão absoluto como nos foi prometido. Ao contrário do que dizem os cartazes espalhados pelo estádio, há quase uma década, o Benfica não é ainda a maior força desportiva nacional.  
É muito pouco o que nos foi oferecido em dez anos. No futebol e nas modalidades. O preço foi demasiado elevado para quem vê o associativismo como um dos pilares da sociedade, de uma sociedade democrática. Aguentámos eleições estrategicamente antecipadas, estatutos alterados convenientemente, falta de debate e de contraditório, sangria de benfiquista nos comandos do clube. Tudo em nome de um pretenso profissionalismo que nos daria o domínio do desporto nacional.
Esta politica Goebbeliana, essencialmente alicerçada na Benfica TV, tem tido como efeito irreversível o fenecimento lento da nossa identidade. Querem um exemplo? Alguma vez se poderia admitir, mesmo que numa hipótese muito remota, que um personagem chamado Carlos Janela viesse trabalhar para o Benfica? Não está em causa veracidade da notícia, o que para o caso, e considerando exemplos recentes, até é irrelevante. O que é revelador do estado a que chegámos é simplesmente o mero facto de se colocar essa hipótese.
O Benfica não está só em risco de se tornar uma multinacional sem cor, sem alma e sem paixão. Pode ser bem pior. É que, com ou sem o consentimento do presidente, está a ser ocupado por uma gentalha com uma agenda própria, com cores políticas bem determinadas ou lóbis de interesses duvidosos. Isto num clube cujo ADN é a democracia, o pluralismo e a liberdade.
A Assembleia de sexta foi apenas um sinal exterior. Foi um efeito e não uma causa. Porque dentro das paredes do complexo desportivo, por vezes nos seus subterrâneos, longe dos holofotes mediáticos, a mediocridade vai derramando veneno sobre a competência e o verdadeiro benfiquismo.
Vendo a Benfica TV ou lendo A Bola e conhecendo os factos, percebemo-nos como a realidade é dourada por quem se move na sombra. Talvez um dia o Presidente Vieira, absolvido pela ignorância, se aperceba que o seu maior inimigo é o próprio vieirismo que criou. Talvez nesse momento seja tarde demais.
Alguma vez eu pensaria um dia assistir  a um sórdido episódio  de censura no meu Benfica?
Nós os verdadeiros, resta-nos a resistência. E para resistir temos de estar atentos, porque como cantava o Sérgio, o fascismo é como uma minhoca que se infiltra na maçã, por vezes vem em botas cardadas, outras em pezinhos de lã.

JL

DO DEFESO

Não vivemos, de facto, dias entusiasmantes.
Depois de um final de época desastroso, sem as feridas saradas nem o luto feito, o que vemos?
Duas trincheiras, ambas inexpugnáveis e cheias de irredutíveis.

De um lado, uma direcção que legitimada por uma votação expressiva e inequívoca, se julga acima de toda a critica, esquecendo que tem explicações a dar, já para não falar de um princípio elementar: a democracia e o debate interno não se esgotam em eleições de 4 em 4 anos.
O Benfica tem uma história ímpar de democracia interna e participação associativa, facto que, por vezes, pouco parece interessar aos nossos actuais dirigentes.

Do outro, move-se uma pseudo-oposição que claramente se sobrevaloriza.
De uma forma geral, actua pela gritaria e pela arruaça, unindo-se apenas num ódio estúpido e cego a Vieira, perdendo argumentos, razão, legitimidade.

Um diálogo de surdos, uma conversa acabada.
E no meio, aquilo que verdadeiramente nos interessa: o Benfica.

Desportivamente é que se vê: a nova época parece ser preparada, uma vez mais, ao sabor de uma qualquer moda.
Depois dos contentores de paraguaios e argentinos, eis que chega a brigada sérvia, constituída por agregados familiares quase completos que irão provisionar as equipas A, B e o que mais adiante se verá.

Dos jornais, chegam-nos pormenores, fictícios ou não, de contactos e negociações: Lisandro Lopez tem nome de novo folhetim, Eduardo é o susto e Rui Patrício o pânico absoluto.
Tudo especulação?
Quanto aos guarda-redes, espero estes sejam nomes para entreter papalvos e que a verdadeira alternativa a Artur apareça.
Caso contrário, temos Oblak e algo me diz que não ficaríamos nada mal servidos…

De defesas laterais e de jogadores de qualidade para reforçar um meio-campo demasiado exposto e espremido, nem novas nem mandadas: estarão porventura na clandestinidade acompanhados pelo director-desportivo.
E a propósito: quem sucederá a Carraça?
Por aqui e por ali, fala-se de Carlos Janela.
Perante tal hipótese socorro-me da mais famosa das frases de Hagan: “no comments”.
No comments mesmo.

E de resto, tudo como dantes: Miguel Rosa, uma vez mais escorraçado do Benfica e constata-se que a formação já nem para abastecer a equipa B vai servindo.
Valerá a pena continuar a gastar milhões na formação de jogadores e na manutenção de um centro de estágio?

Inquieta a falta de coerência, de rumo, de um fio condutor, de uma verdadeira politica desportiva, tentando-se resolver com injecções de dinheiro e fornadas de novos jogadores o que falta em método e organização.
Nada de novo, portanto.

 RC



sexta-feira, 14 de junho de 2013

OS DESPOJOS DOS DIAS

Miguel Rosa, Diego Lopes,  Léo Kanu,  Airton, Luisinho, Ruben Amorim, David Simão, Felipe Menezes, Nolito, Sidnei, Fernández, Urreta, Nélson Oliveira, Franco Jara,  Alípio, Rodrigo Mora,  Hugo Vieira, Djaniny, Nuno Coelho, Carlos Martins, João Amorim, Yannick Djaló,  Júlio César, Miguel Vitor, Rafael Copetti, Bryan Garcia, Nélson Semedo, Manuel Liz, Derlis González, Michel, Carole, Cláudio Correa e muitos outros.
JL

quinta-feira, 13 de junho de 2013

VENDEDOR DE ILUSÕES OU VISIONÁRIO


E eu a pensar que o grande objectivo era o campeonato nacional. Afinal tenho as vistas curtas. Vamos lá colocar a fasquia no alto que a Europa é nossa. Vê-se perfeitamente que está tudo pensado ao pormenor. É ténue a linha que separa o visionário do vendedor de ilusões.
JL

terça-feira, 11 de junho de 2013

FORMAÇÃO AO ENTARDECER

Final de dia no campo dos Pupilos do Exército onde evoluem a primeiras gerações da formação o nosso clube. Muito miúdo, alguns técnicos e funcionários, vê-se que há um trabalho sério e que custa dinheiro. Muito dinheiro.
Todos observam um grupo de novos craques vindos de vários pontos do país, dos nossos CFT, que vão integrar as equipas principais na próxima época e que nos próximos dias vão participar num torneio na Suíça.
Não sei porquê tento me lembrar de um jogador das nossas escolas lançado na equipa A, sem reservas, nos últimos quatro anos. Vem-me também à memória o Miguel Rosa, que hoje se soube que vai voltar a ser emprestado. Deve ser recorde digno do Guiness: “o jogador mais vezes emprestado”. Penso no André Gomes, no Miguel Vítor e em muito outros. Reflicto se vale a pena todo este investimento. Talvez fosse de ponderar em transformar estes custos: técnicos, funcionários, centro de estágio, transporte, alimentação, etc., em dois ou três sérvios promissores.
JL

segunda-feira, 10 de junho de 2013

APRENDER COM A PROFESSORA

Um trabalho sério, de formiguinha, com recursos limitados, num projecto com pés e cabeça. Sem limpezas de balneário, nem renovações anuais de plantel. Sempre a somar, aproveitando o que de bom se fez na época anterior, melhorando o que há a melhorar. Assim continua o nosso atletismo recuperando o tempo perdido. Décadas em que víamos os outros, com a força do cifrão, a correr mais rápido, a lançar e a saltar mais longe e mais alto. Aguardo que o ténis de mesa, finalmente na primeira divisão, faça o mesmo percurso. E a seguir que seja o moribundo râguebi masculino.
Infelizmente, quando estamos ainda a disputar a final do playoff do futsal e a taça de Portugal de hóquei em patins, acho que a nível de grandes vitórias a nossa época terminou ontem com o tricampeonato de atletismo. Espera estar redondamente enganado.  
JL

sexta-feira, 7 de junho de 2013

HÁ UM CAMINHO, MAS EU NÃO O VEJO

No Benfica não há atleta, nem técnico, que seja imprescindível. Sempre assim foi. Quando nos primórdios os lagartos nos vieram buscar meia equipa, soubemos reagir com tanta força que nos tornámos o clube mais popular de Portugal e a maior força associativa do Mundo.    
Por isso não vejo nenhum drama na saída do Sénica e do Viana. Se é que a do técnico se confirma. O que é estranho ou incompreensível para os adeptos, mesmo aqueles mais informados, é não se vislumbrar uma estratégia clara para as modalidades que não seja o investimento ao sabor do vento. Colocar apenas dinheiro em cima dos problemas nunca foi solução. A única excepção é o atletismo, onde se vê um fio condutor.
Vamos esperar pelo que está pensado para o hóquei em patins, que nos últimos anos ganhou finalmente um campeonato, que não ganhava há tempo demais e duas taças europeias, uma das quais histórica pois colmatou uma enorme lacuna que havia no nosso palmarés. E fica também alguma curiosidade sobre os motivos da saída, muito sentida, de um dos mais estimulantes jogadores que passaram pelo nosso hóquei. Pelo menos nos últimos tempos.
Vamos aguardar também pela esperada e urgente limpeza no futsal e da indispensável racionalização do investimento no basquetebol e no voleibol. Do andebol nem sei o que diga. Por mais que se mude e se aposte em jogadores valiosos, os resultados e exibições são iguais, uma montanha russa de emoções, mas que termina sempre no anticlímax.   
E o râguebi? Tem alguma novidade para a próxima época senhor Presidente ou vamos continuar a definhar?   
JL

TANGO QUE HE VISTO BAILAR

Com aquele jeito de menino tímido e naquele maravilhoso castelhano cantado que só os argentinos  falam, Pablo Aimar despediu-se do Benfica.
Discretamente. Como um senhor.
À Pablo Aimar, afinal.

Concordaremos todos que o último ano de Aimar foi particularmente difícil, e que talvez a verdadeira história ainda esteja por contar.
Pouco interessa, agora.

Como adepto do Benfica, sinto-me orgulhoso por ter podido ver “Outro 10 Imortal” envergar a mais bela camisola do mundo durante 5 épocas.

Obrigado e até sempre, Pablito!



RC

quinta-feira, 6 de junho de 2013

ENTRE MARIDO E MULHER NÃO METAS A COLHER

O Sporting acaba de cortar relações institucionais com o Porto.
Depois de décadas de vassalagem ao Porto, tudo numa lógica de um ódio absolutamente visceral, cego e cretino ao Benfica, o novo presidente da lagartagem decide marcar terreno e tentar a emancipação perante o ex-aliado, amigo e parceiro de negócios vários.

Esta situação cria um facto novo: que me recorde é a 1ª vez nos últimos 30 anos, que o Porto está de relações cortadas com Benfica e Sporting simultaneamente.
Não faltarão agora, atrevo-me a adivinhar, benfiquistas entusiasmados advogando uma espécie de frentismo lisboeta contra o Porto.

Discordo completamente.
O Porto é um clube que se dá especialmente bem em ambientes de confronto.
Diria mesmo que o Porto apenas sabe viver em guerra permanente: contra algo, alguém ou mesmo tudo.
É nessa trincheira de confronto que o Porto alimenta e reforça o seu poder; apenas não consegue perceber que é também essa a razão da sua pequenez.
É, pois, de prever que Pinto da Costa desate a bradar discursos inflamados contra Lisboa, o Terreiro do Paço e o cavalo de D. José, ainda para mais em ano de autárquicas com o amigo Menezes a escancarar-lhe de novo as portas da Câmara do Porto.

Alimentar este tipo de polémicas será um erro crasso.
Porque esse é o terreno em que o velho senil melhor se movimenta e porque essa é verdadeiramente a força de um clube que por muito que vença não consegue crescer.

Aconselha-se, portanto, cautela, prudência e sobretudo bom senso ao Benfica.
A próxima época é demasiado importante para que nos dispersemos em assuntos que não nos dizem respeito.
Envolvendo-se sob qualquer forma neste novo facto, o Benfica vai abrir novas frentes de conflito que inevitavelmente é incapaz de gerir e que sobretudo o vão desgastar, afastando-o dos seus verdadeiros objectivos.
Esta guerra não passa de uma zanga de comadres ou de uma briga de galos: o galo velho e manhoso contra o galaró que pretende marcar território.

Aos partidários de alianças contra-natura diria, portanto, que o cenário da “Santa Aliança” de 1980 é, obviamente, irrepetível: outros tempos, outras realidades.
Para além disso, se querem mesmo saber a minha opinião, tão bons são uns quanto outros…




 RC

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O REI ARTUR E UMA CONVERSA REDONDA

A seguir ao treinador, a posição de guarda-redes é aquela que convoca menos consenso entre os adeptos, talvez apenas encontre paralelo no caso do ponta-de-lança. O Benfica na última década não foi bafejado pela sorte em relação aos jogadores que usam obrigatoriamente luvas. Desde o saudoso Enke, tivemos Moreira, Bossio, o ressabiado e medíocre Quim, Moretto, Júlio César e o mediático e decisivo Roberto Jimenez. Isto só para referir aqueles com mais jogos nas pernas, porque o panorama dos suplentes chega a ser deprimente e vai desde obscuros brasileiros até a inimagináveis norte-americanos.
Foram dez anos disto, até que finalmente chega Artur Morais. E certamente não estou a abusar se disser que voltámos a sentir alguma segurança na baliza do Benfica. Recordo o som de aflição, que vinha a descer do piso 3 até ao relvado, cada vez que a bola passava junto da baliza do Moretto, lembro ainda os anedóticos golos sofridos pelo Roberto e, essencialmente, não me recordo de alguma vez o Quim ter sido decisivo em algum jogo ou de ter feito um conjunto de grandes defesas. Talvez esteja a exagerar, defendeu um penálti que nos deu a Eusébio Cup e logo a seguir fez um valente manguito aos sócios do Benfica.  
Com Artur Morais as coisas são um pouco diferentes, não nos lembramos só dos frangos mas também das grandes defesas e exibições (tal como era com o grande Bento). Claro que é desagradável sofrer um golo dos andrades devido a um pontapé na atmosfera, ou a ver a bola ser rechaçada diretamente para os pés de um jogador do Vitória de Guimarães. Mas será que estes lances teriam acontecido se nessa fase do jogo a defesa não estivesse constantemente a passear com a bola junto da baliza, deixando Artur claramente pressionado pelos adversários? Acresce que no caso do primeiro golo do Vitória o jogador que recebe a bola estava longe de estar isolado.
A meu ver, não sendo um jogador prefeito (quem o é?), Artur é dos melhores guarda-redes que já passaram pela Luz, pelo menos recentemente e foi positivamente decisivo em vários jogos. Condená-lo por um ou dois erros cometidos no fim da época, é duma injustiça atroz, nomeadamente quando outros são contemplados com renovações chorudas de contrato e reestruturações a seu belo prazer (pela quarta vez).
Ver em vários jornais e sites um cortejo de possíveis novos residentes para a baliza do Glorioso (e não só no insano record) é de uma irracionalidade extrema. Ainda não nos livrámos do Júlio César e já se fala de mais um marreta do Estoril. Tenham dó. O Artur e o Oblak não chegam?
Que o Benfica faça um comunicado a dizer que a baliza está bem entregue e fecha-se o assunto de vez. Ou então não há interesse em fechar o assunto e o grande mestre da tática quer mesmo outro guarda-redes. Lamento mas o meu otimismo está a dissipar, a pouco e pouco.

JL

segunda-feira, 3 de junho de 2013

CONTRA A RÚSSIA, SEM AMOR

Tem de ser. Como proprietários do maior estádio do país é inevitável recebermos esta gente. Nem que seja uma vez por ano. Como os nobres do seculo XIX que abriam os belos jardins da propriedade para usufruto do povo.
Vamos receber então o pequenote que diz que já não é do Benfica porque cresceu (????), o menino Ronaldo que a última vez que jogou aqui contra nós mandou os sócios do Benfica literalmente pró caralho e mais um grupo de sarrafeiros e raivosos anti-Benfica que passaram pela escola da Madalena.
A assistir teremos aquele povo que uma noite, sem exemplo, vai deixar o big brother a gravar para aproveitar os descontos do continente e ver um jogo de bola, como quem uma vez por ano vai a São Bento da Porta Aberta colocar uma vela. Gente que vai estranhar a largura das vistas. E que não se sabe comportar num estádio, quanto mais na Catedral, pois entra para ali com pipocas e coca-cola e aos gritinhos cada vez que um dos meninos toca na bola.
Não é que eu simpatize com a Rússia, mas só pensar em mais um campeonato do Mundo com um país inteiro em ritmo de histerismo, começo a ter dúvidas sobre qual o resultado que mais desejo. De resto, que o Vieira a seguir mande desinfectar as cadeiras. Nunca sabemos quem se senta no nosso lugar.
JL

domingo, 2 de junho de 2013

SEGURAMENTE APENAS UMA COINCIDÊNCIA...

Uma vitória histórica e há tanto perseguida e a inevitável pergunta: o facto de finalmente(!) ganharmos um jogo no Ladrão Caixa (e que jogo!) não tem nada a ver com o facto de ter sido apitado por árbitros estrangeiros, não???


Ou é uma enorme coincidência ou talvez devesse ser essa a nossa próxima grande guerra…



RC

UM DOMINGO DE CAMPEÕES

O dia começou cedo, muito cedo. Logo após a meia--noite, com o comunicado do Benfica. Foi a primeira vitória. Depois pela manhã ganhámos o campeonato de juvenis. Ao vencer, os nossos miúdos tiveram de fugir de uma dezena de cobardes, entre porcos e leitões, até os seguranças do Olival (parque desportivo oferecido com os nossos impostos) arrearam nos miúdos. O costume. Depois a vitória na Taça dos Campeões Europeus em hóquei em patins, que torna o Benfica campeão europeu em quatro modalidades (Futebol, Futsal, Hóquei e Atletismo), caso impar a nível nacional. Viva o Benfica.
JL

ATITUDE CORAJOSA

E que eu aplaudo. A posição do Benfica em não comparecer na final da taça dos campeões em hóquei em patins só perca por tardia. Já há muito que o Benfica devia ter tido este tipo de atitudes. À primeira pedrada num autocarro, à primeira intimidação, tudo de regresso a casa. Mais do que a intimidação e a violência, é a inconcebível resposta do responsável do Comité Europeu (CERH), que ao pedido de bilhetes, respondeu aos responsáveis do Benfica que as suas pretensões são totalmente legítimas, mas que nada pode fazer. Mas onde chegámos? Um Comité Europeu de uma modalidade manietada por um clube.
Claro que isto, não causa incomoda nenhum aos andrades. Estão habituados a ganhar de toda a forma e feitio. Mas pode ser que as poucas pessoas de bem que ainda existem na modalidade (e noutras) pensem um bocadinho e meditem se vale a pena continuar a estrangular as competições desta forma. Onde o FCP seca tudo à volta e consegue vencer de forma totalitária, representando uma autêntica anormalidade estatística, típica de slot machines viciadas
JL

sábado, 1 de junho de 2013

ISTO É FCPORTO

Enquanto a Direcção do Benfica não tomar uma decisão firme, mesmo que isso custe uma competição, vamos continuar assistir a esta impunidade. A barbárie alimenta-se da impunidade.

JL

E PRONTO, CHEGOU A SILLY SEASON

Hoje ao ler a capa de A Bola ficamos entusiasmados porque Jorge Jesus apesar das propostas do estrangeiro (deviam de ser resmas) quis retribuir a defesa que Luís Filipe Vieira fez da sua continuidade. Já o presidente, agradecido pela atenção, vá-lhe retribuir, mais uma vez, com um ordenado quatro milhões anuais e certamente uma choruda cláusula de rescisão. Agora é que vai ser, depois de mais uma limpeza em directores, adjuntos, assessores e outros curiosos, vamos ter uma estrutura imbatível. E mais poderes ao treinador, que é um gajo ponderado e nada teimoso. Que não faltem papas e bolos.
JL