O Sporting acaba de cortar relações institucionais com o
Porto.
Depois de décadas de vassalagem ao Porto, tudo numa lógica
de um ódio absolutamente visceral, cego e cretino ao Benfica, o novo presidente
da lagartagem decide marcar terreno e tentar a emancipação perante o ex-aliado,
amigo e parceiro de negócios vários.
Esta situação cria um facto novo: que me recorde é a 1ª vez
nos últimos 30 anos, que o Porto está de relações cortadas com Benfica e
Sporting simultaneamente.
Não faltarão agora, atrevo-me a adivinhar, benfiquistas
entusiasmados advogando uma espécie de frentismo lisboeta contra o Porto.
Discordo completamente.
O Porto é um clube que se dá especialmente bem em
ambientes de confronto.
Diria mesmo que o Porto apenas sabe viver em guerra
permanente: contra algo, alguém ou mesmo tudo.
É nessa trincheira de confronto que o Porto alimenta e
reforça o seu poder; apenas não consegue perceber que é também essa a razão da
sua pequenez.
É, pois, de prever que Pinto da Costa desate a bradar
discursos inflamados contra Lisboa, o Terreiro do Paço e o cavalo de D. José,
ainda para mais em ano de autárquicas com o amigo Menezes a escancarar-lhe de
novo as portas da Câmara do Porto.
Alimentar este tipo de polémicas será um erro crasso.
Porque esse é o terreno em que o velho senil melhor se
movimenta e porque essa é verdadeiramente a força de um clube que por muito que
vença não consegue crescer.
Aconselha-se, portanto, cautela, prudência e sobretudo bom
senso ao Benfica.
A próxima época é demasiado importante para que nos
dispersemos em assuntos que não nos dizem respeito.
Envolvendo-se sob qualquer forma neste novo facto, o
Benfica vai abrir novas frentes de conflito que inevitavelmente é incapaz de
gerir e que sobretudo o vão desgastar, afastando-o dos seus verdadeiros
objectivos.
Esta guerra não passa de uma zanga de comadres ou de uma
briga de galos: o galo velho e manhoso contra o galaró que pretende marcar
território.
Aos partidários de alianças contra-natura diria, portanto,
que o cenário da “Santa Aliança” de
1980 é, obviamente, irrepetível: outros tempos, outras realidades.
Para além disso, se querem mesmo saber a minha opinião,
tão bons são uns quanto outros…
RC
Excelente análise!Concordo plenamente..
ResponderEliminarDe acordo mas, segundo o povo, quem com ferros mata com ferros morre!
ResponderEliminarÉ preciso prudência,como aqui aconselha
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