Correr mais que os outros, chegar
primeiro, lutar pela bola e recuperar quando o sortilégio de um ressalto não é
a nosso favor. Eis o Benfica de ontem contra o Anderlecht. A equipa. O resto não
esteve à altura.
“O Benfica somos nós, a força do Benfica
somos nós, fds!”. Gritava bem alto um conhecido benfiquista em plena função fisiológica
no urinol, a três minutos do início do jogo. Nada mais certo. Mas ontem os
cerca de trinta mil espectadores não foram força nenhuma. Arrisco até em dizer
que somos sempre os mesmos trinta mil. Os mesmos de sempre viram o Benfica a
jogar como não jogava há alguns meses. Que fizeram no final, quando a equipa
controlava um jogo que vencia por dois zero ao campeão da Bélgica? Na liga dos
campeões. Simplesmente assobiaram.
Qual maldição de Bela Guttman,
esta gente que passa vida de cu no sofá e só vem ao estádio para ter o prazer imenso
de assobiar e que era exactamente a mesma que na primeira parte aplaudia loucamente
as imprevistas fintas do Cardozo, é que é uma praga de exterminação difícil. Para
estes não existe contradição entre aplausos e assobios. Partes do corpo díspares
emitem sons que o cérebro, limitado, não absorve. Todavia, para quem ouve e
esteve noventa minutos a correr mais que os outros, a chegar primeiro e a lutar
pela bola a diferença é abismal. Antes tocassem flauta.
JL
Sem comentários:
Enviar um comentário