Virgílio Duque Vieira foi eleito nas últimas eleições vice-presidente da mesa
da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica. Não sei quais foram os critérios
para ter sido convidado para o lugar da lista previamente vencedora mas aptidão
para dirigir assembleias não foi de certeza. Com a saída (ou suspensão de
mandato) do presidente eleito, Luís Nazaré, que diga-se de passagem também não
deixou saudades a dirigir reuniões, Virgílio Duque Vieira assumiu a liderança
da Reunião Magna desta noite. Como diria o saudoso Acácio Pestana, foi um espectáculo
dentro do próprio espectáculo.
Entretanto, alguém convenceu o outro Vieira, o Presidente e não o Duque,
que a incontinência verbal de alguns associados nas últimas assembleias se
devia a um elevado nível de feng shui
negativo que se respirava no pavilhão número dois da Luz. Vai daí o Vieira
Presidente decide contratar uma empresa cujo nome me escapou, mas cujo
sobrenome deve ser decoração de interiores limitada, para ornamentar condignamente
o pavilhão e dar um ambiente zen que dissuadisse qualquer tipo de desejo de violência
aos participantes.
Quase sempre à meia-luz, o que para além de dificultar a leitura dos minúsculos
números do documento, dava ao pavilhão um ar de bar de alterne de terceira
categoria, foi distribuído pelo espaço uma quantidade tal de equipamento de som
que faria inveja a muitas tournées dos Xutos e Pontapés. Equipamento esse que
não impediu de assistirmos a cerca de dez minutos de histeria de Vieira, o
presidente, em modo sopinha de massa. Um momento único e irrepetível.
Vieira parecia contente com investimento. Foi grande certamente.
Talvez desse para ganhar três ou quatro títulos nacionais em râguebi ou ténis de
mesa. Não acreditam? Funcionários da prosegur contei quarenta. Fora os que
estavam fora da vista. Só nos terminais de voto electrónico eram vinte. Pensem
no valor hora da prosegur e multipliquem por quarenta, mais as horas que durou a
AG e juntem-lhe mais uma hora antes e outra depois. Já temos um valor
considerável. E a empresa? Aquilo parecia um concerto do Carreira. Jogo de luzes,
decoração ao pormenor, funcionários diligentes. Ou seja, deve ter sido para
cima de um balúrdio. Se tínhamos duvidas da viabilidade económica do clube
Vieira quis que logo à entrada ficássemos com a ideia que estávamos a entrar
num clube com uma saúde financeira de ferro.
Tanto esforço do Presidente Vieira e chega o outro Vieira e estraga tudo.
Qual Bombeiro incendiário, Virgílio Duque Vieira, fez tudo o que não se deve
fazer quando se lidera uma assembleia com tendência para ser tumultuosa. Explicou
mal as regras, censurou e insultou sócios, abusou de uma irritante buzina tipo
concurso televiso para interromper as intervenções, deu origem a uma serie de equívocos,
muitos deles contra os próprios estatutos e pelo meio ainda conseguiu que Bruno
Carvalho abandonasse a sala como herói sem ter dito nada de jeito, o que para quem
nada tem para dizer foi o melhor que lhe podia ter acontecido.
Vieira irritou-se, perdeu a postura, houve cenas muito pouco edificantes
cujo meu benfiquismo me impede de pormenorizar. Houve pedidos de desculpas públicas
de parte a parte, arrependimentos, intervenções pertinentes e outras no mínimo patéticas.
O relatório foi aprovado por uma maioria significativa dos 522 sócios que
votaram, mas Vieira, o presidente, sai novamente esmagado pelo Vieirismo.
JL
PS: Um interveniente a propósito do andebol falou de competência e
resultados. Gostava de saber se Vieira nas suas empresas é tão complacente com
quem se revela sistematicamente incompetente e que nunca apresenta resultados. Que
grande limpeza se deveria fazer na maioria das secções.
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