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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


terça-feira, 1 de abril de 2014

O REGRESSO

Não sendo uma surpresa, não deixa de ser uma noticia que alegra o Benfiquismo: Nuno Gomes está de volta.
O regresso era, aliás, esperado desde que partiu: acontece assim com os bons filhos.

Nuno Gomes regressa a uma casa que aprendeu a amar e onde, sobretudo, foi feliz.
Injustiçado algumas vezes pela impaciência de uma massa associativa nem sempre complacente com os seus, Nuno Gomes teve sempre uma postura irrepreensível: com igual dignidade e profissionalismo foi goleador e preterido, capitão e suplente, artista e operário.

Dirão alguns que poderia ter evitado a ida para Braga.
Talvez, até porque merecia melhor, muito melhor: a saída honrosa que lhe foi negada no Benfica, por exemplo.
Não esqueço, aliás, que foi com a camisola do Braga vestida que Nuno Gomes, no centro do relvado e entre jogadores do Benfica, se despediu dos sócios, recebendo a sua última grande ovação na Luz.

O que interessa agora é que está de volta a casa.
De parabéns está também Vieira por ir ocupando a estrutura com homens da casa.

Vezes de mais no passado menos recente, o Benfica cometeu o erro de ignorar e esquecer as suas glórias, as suas referências, os homens que ajudaram a construir a Mística, afinal.
O custo, esse foi alto, mas talvez só o tenhamos entendido verdadeiramente quando nos deparamos com um clube destruído e descaracterizado, sem alma nem memória.

É hoje uma alegria e um sinal de esperança ver na estrutura do futebol do Benfica, ídolos de juventude e referências de uma passado glorioso como Zé Henriques e Chalana, Bastos Lopes e Néné, Pietra e Shéu.
É hoje um motivo de orgulho e de emoção ver a forma digna e justa como o Benfica soube enfim reintegrar (quase reabilitar, diria) os seus antigos campeões europeus, que durante anos, não esqueçamos, deambulavam pelo exterior da Luz, quase mendigando uma entrada na casa que ajudaram a tornar enorme.

No regresso de Nuno Gomes, como no de Rui Costa há uns anos, vejo pois, um sinal de esperança para o futuro: um Benfica que não volte nunca mais a esquecer as suas referências e um passado único.






RC

2 comentários:

  1. Caro RC
    Belo e oportuno texto sobre este assunto.
    Isto é, o regresso e a reintegração daqueles que aprenderam a ser do Benfica e sentem a sua mística. Não é fácil mas aprende-se, tal como, saber trazer para dentro do clube símbolos e individualidades que representam a grandeza do nosso clube. O Sr. Presidente está de Parabéns. O clube fica a ganhar...para o futuro.

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