Não sendo uma surpresa, não deixa de ser uma noticia que alegra o Benfiquismo:
Nuno Gomes está de volta.
O regresso era, aliás, esperado desde que partiu: acontece
assim com os bons filhos.
Nuno Gomes regressa a uma casa que aprendeu a amar e onde,
sobretudo, foi feliz.
Injustiçado algumas vezes pela impaciência de uma massa
associativa nem sempre complacente com os seus, Nuno Gomes teve sempre uma
postura irrepreensível: com igual dignidade e profissionalismo foi goleador e
preterido, capitão e suplente, artista e operário.
Dirão alguns que poderia ter evitado a ida para Braga.
Talvez, até porque merecia melhor, muito melhor: a saída
honrosa que lhe foi negada no Benfica, por exemplo.
Não esqueço, aliás, que foi com a camisola do Braga
vestida que Nuno Gomes, no centro do relvado e entre jogadores do Benfica, se despediu
dos sócios, recebendo a sua última grande ovação na Luz.
O que interessa agora é que está de volta a casa.
De parabéns está também Vieira por ir ocupando a estrutura
com homens da casa.
Vezes de mais no passado menos recente, o Benfica cometeu
o erro de ignorar e esquecer as suas glórias, as suas referências, os homens que
ajudaram a construir a Mística, afinal.
O custo, esse foi alto, mas talvez só o tenhamos entendido
verdadeiramente quando nos deparamos com um clube destruído e descaracterizado,
sem alma nem memória.
É hoje uma alegria e um sinal de esperança ver na
estrutura do futebol do Benfica, ídolos de juventude e referências de uma
passado glorioso como Zé Henriques e Chalana, Bastos Lopes e Néné, Pietra e
Shéu.
É hoje um motivo de orgulho e de emoção ver a forma digna
e justa como o Benfica soube enfim reintegrar (quase reabilitar, diria) os seus
antigos campeões europeus, que durante anos, não esqueçamos, deambulavam pelo
exterior da Luz, quase mendigando uma entrada na casa que ajudaram a tornar
enorme.
No regresso de Nuno Gomes, como no de Rui Costa há uns
anos, vejo pois, um sinal de esperança para o futuro: um Benfica que não volte
nunca mais a esquecer as suas referências e um passado único.
RC
Bem-vindo Nuno!
ResponderEliminarCaro RC
ResponderEliminarBelo e oportuno texto sobre este assunto.
Isto é, o regresso e a reintegração daqueles que aprenderam a ser do Benfica e sentem a sua mística. Não é fácil mas aprende-se, tal como, saber trazer para dentro do clube símbolos e individualidades que representam a grandeza do nosso clube. O Sr. Presidente está de Parabéns. O clube fica a ganhar...para o futuro.