Em tempos de uma silly season que
nos é vendida a metro por uma imprensa sem qualidade nem escrúpulos, as
palavras sempre lúcidas e serenas de Bagão Félix em "A Bola" de hoje, são como um bálsamo para um
benfiquismo ainda demasiado ferido e ressentido por tudo o que a época passada
nos deixou.
Perece-me porém demasiado redutor ver nas sábias palavras de
Bagão, um recado apenas para presidente e treinador.
É natural e lógico que sejam eles os destinatários
primeiros como responsáveis maiores.
Seria, no entanto, útil e muito proveitoso que cada um de
nós fizesse também um exame de consciência, a fim de tentar perceber como melhor
poderemos ajudar o Benfica.
Este é um clube de enormes paixões que num ápice nos faz passar
do desespero e da angústia, ao entusiasmo mais desabrido e exaltante.
E vice-versa, obviamente.
Num clube dado com facilidade à hiperbóle, é bom que cada um de nós se deixe
também de triunfalismos excessivos quando tudo corre bem e de gritarias e depressões
quando tudo corre ao contrário do que gostaríamos.
A grandeza não se apregoa até à exaustão, seja com tiradas
mais ou menos demagógicas, com fanfarronadas mais ou menos inúteis ou com gente que
faz da barulheira organizada e de ódios de estimação o único argumento.
A grandeza assume-se, vive-se, respira-se: sem bazófias, arrogância nem triunfalismos desmedidos.
Depois de uma época em que quase atingimos o sonho e acabou
por se tornar um pesadelo, é tempo de trabalho, de não repetir erros antigos e de
todos tentarmos contribuir para um Benfica melhor e mais forte.
RC
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