A vida profissional está cheia de injustiças: é uma
verdade incontestável e obviamente não se confina ao futebol, muito menos sendo
um exclusivo do Benfica.
Por outro lado, há que manter algum discernimento e não
cairmos na ilusão aparvalhada em que vivem os nossos vizinhos da 2ª circular:
genuinamente convencidos de que tudo o que sai da formação é ouro puro.
O percurso de um jovem jogador é tudo menos linear:
qualquer um de nós é capaz de ter 10 ou 20 nomes na cabeça que muito prometeram
nas camadas jovens e na transição para seniores se perderam, seja por
deslumbramento, por deficiente acompanhamento ou apenas porque sabemos todos
que o futebol de formação é uma coisa e o futebol sénior outra, completamente
diferente.
Tudo isto se torna, porém irrelevante, quando um jovem
trabalha, dá provas evidentes e consecutivas do seu valor, inclusivamente em
realidades diferentes, em clubes distintos.
Aceita voltar à casa mãe e com orgulho, brio profissional
e amor à camisola torna-se inequivocamente um dos melhores jogadores da equipa
B.
È capitão de equipa e mais que isso, um verdadeiro líder
em campo: quantas vezes não ficamos com a clara sensação que carregava a equipa
às costas ?
Várias vezes é nomeado jogador do mês e no fim do
campeonato é mesmo um dos melhores marcadores.
O prémio aí está: Miguel Rosa está de saída do Benfica e
desta vez definitivamente, ao que consta.
É esta a estória e a sina da formação do Benfica: enchemos
a boca com as fantásticas condições do Seixal, gastamos rios de dinheiro num
staff numeroso para que nada falte aos nossos jovens e depois deixamo-los
partir sem uma oportunidade ou pura e simplesmente ignorando criminosamente as
provas que alguns foram persistentemente dando.
Não sei quem falha em todo este circuito, não sei quem são
os responsáveis (porque num processo como este não há só um culpado…) mas tudo
isto é paradigmático da forma como se trabalha no Benfica e sobretudo da forma
como é encarada a formação.
Poderia ser entendível se vivêssemos tempos de abastança;
em tempos de crise e de poucos recursos é não só estúpido, como criminoso.
A carreira de Miguel Rosa será aquilo que ele quiser e que
as circunstâncias lhe possibilitarem.
Espero que seja feliz, que encontre quem reconheça as suas
qualidades e quem o possa potencializar enquanto jogador (potencializar: palavra
curiosa, esta…).
Espero, sobretudo, nunca o ver envergar determinadas
camisolas, mas se assim acontecer que ninguém o julgue: serão outros os réus.
P.S.- Um abraço também para Miguel Vítor. Outro dos nossos
que parte, sem uma oportunidade justa por parte de Jorge Jesus e que se despediu com elevação e benfiquismo.
E quando falo de oportunidades, refiro-me a uma oportunidade verdadeiramente justa e não de convocatórias para fazer número ou de minutos avulsos em posições contra-natura.
RC
Vejo jardeis , sideneis , mitrovics , lizandros etc.... e ainda não vi um melhor que miguel vitor. É muito triste o jesus não ter uma comissão no passe deste jogador e sinceramente gostava que estes dois não fossem parar ao corruptos porque iam brilhar certamente , principalmente o central.
ResponderEliminarTriste sina chamar-se Miguel... ou triste sina ser da formação do Clube?
ResponderEliminarSerá que a Benfica TV já chegou à Aroeira?