ASSUMA-SE: GUARDA-REDES PRECISA-SE!

Ao relembrar os últimos golos sofridos no final da época passada (falo de relembrar, não de rever: a minha coragem e o meu masoquismo não chegam a tanto…); ao ver os dois primeiros golos que o Benfica encaixou ontem, acho que há ali um modelo mais ou menos comum: bolas chegadas aos postes e Artur não apanha uma que seja.

Quando e se defende a primeira bola é lento a recuperar; quando se lança às tais bolas chegadas aos postes, fico com a sensação constante que se lança em câmara lenta: chega tarde, invariavelmente tarde.

Junte-se a isso as dificuldades que tem em jogar com os pés, a forma como consecutivamente abana nos momento decisivos (leia-se jogos contra o Porto) e pior que isso, a tolerância zero que terá por parte dos sócios e temos um grande problema na baliza.

Artur não passou, obviamente, de melhor a pior guarda-redes do mundo.

A questão é que depois de um equívoco chamado Roberto, qualquer um pareceria Bento ou Preud’homme.

Não é, de facto, assim: ninguém consegue enganar toda a gente durante todo o tempo, mas atenção que não estou a chamar charlatão a Artur: não é, simplesmente, guarda-redes para o Benfica, um clube em que as defesas não têm que valer pontos, mas antes, campeonatos e títulos.

Descobrir nesta altura da época, um guarda-redes feito, maduro e de valor inquestionável para jogar ao mais alto nível: eis um belo berbicacho, que, porém, teremos que abordar de frente, sem hesitações e, sobretudo, sem perdas de tempo.

RC