Do futebol de outrora, resta a paixão dos adeptos e mesma
essa tem dias, depois de anos a fio aburguesada diante de uma qualquer Sportv.
À famosa lei da opção dos anos 60/70 e mesmo ao início dos anos 80, em
que os jogadores estavam literalmente nas mãos dos clubes, tornando-se praticamente
inegociáveis, sucedeu o actual estado de coisas: um sistema elitista e
desregulado, feito à medida da avidez dos empresários e dos interesses
desportivos de meia-dúzia de clubes ricos e poderosos.
Tudo isto a propósito da saída de Matic.
Não foi seguramente o melhor negócio do mundo, mas
acredito que perante as circunstâncias e a determinação do jogador em sair já,
foi o negócio possível.
Matic poderia e deveria ter saído de outra forma: noutra
altura,com mais elegância e, sobretudo, sem esta estranha sofreguidão.
Preferiu, todavia, voltar ao sítio onde não foi feliz,
revelando ingratidão e desprendimento em relação ao clube que o foi buscar ao
desterro de Vitesse e dele voltou a fazer alguém na Europa do futebol.
No futebol, há muito que deixei de me espantar com coisas
deste tipo, até porque de tudo isto sobram-me duas certezas inabaláveis: a de
que o Benfica continuará imenso como era antes de Matic e a de que o único
insubstituível que conheci na História do Benfica, repousa desde dia 6 de Janeiro
último no cemitério do Lumiar.
RC
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