Era o que faltava: que o Rei nos deixasse sem um ultimo
golo, uma última jogada à Eusébio, daquelas em que arrancava e deixava para trás
adversários imóveis, atónitos, estonteados.
Era só o que faltava que o Homem que dizia que “é preciso querer ganhar!”como nos contou o seu irmão
branco, António Simões, partisse sem nos legar mais uma enorme lição
de Benfiquismo.
De todos os cantos de um país que por vezes parece enorme,
surgiram antigos companheiros de Eusébio, gente que com ele, como ele, ajudou a
construir a História de um clube com quase 110 anos.
Numa jornada emocionada e emocionante, transbordaram estórias, peripécias, lágrimas,
sorrisos, recordações: essa coisa única chamada Benfiquismo.
Ouvimos as memórias de Simões, Ângelo e José Augusto,
as fantásticas recordações desse enorme Benfiquista chamado Toni, a emoção pura
do Velho Capitão Wilson, as palavras emocionadas de Paneira sobre a lição do
Rei sobre o que era jogar à Benfica.
De tudo isto e muito mais se fizeram estes dois dias que
ficarão dolorosa mas orgulhosamente na nossa memória colectiva.
É isto que nós somos: muito mais que um amontoado de
títulos, taças, troféus, pequenas e grandes conquistas.
Temos um património único, inalienável, nosso: a História
e a memória de Homens que em campo foram operários uns e artistas outros, mas
que em conjunto foram interpretes de vitórias e momentos únicos.
É disto que se trata quando dizemos Benfica: estórias, risos, lágrimas, emoções e
obviamente, recordações de tardes e noites de glória, conquistas e chama imensa.
Mesmo as mais retumbantes vitórias são efémeras, porém,
pelo que é este espólio único e valioso que urge preservar: é esta a seiva do
Benfiquismo, é disto que se trata quando dizemos Mística.
Em cada palavra, em cada sorriso triste, em cada lágrima
recordou-se Eusébio, viveu-se Benfica.
Recordaram-se os anos 60, 70, 80: anos de Benfica e de
Eusébio, como todos, como sempre.
E foi assim que até no momento da partida (os Deuses não
morrem!), o King fez uma jogada de sonho, um golo à Eusébio.
De novo, de muitos fomos um.
Mais um grande texto.
ResponderEliminarContinuem!