De tudo o que emergiu do Adeus
profundo ao Deus Eusébio foi notório um aspecto marginal a todo o ambiente
vivido, a crescente distancia das elites que nos governam em relação às massas
que formam a Nação.
Eusébio é o último grande símbolo
popular, Rei entre os seus semelhantes, por isso, com o céu a desabar sobre
Lisboa, à chuva, ao frio, com os pés na lama, o povo despediu-se em lagrimas de
um dos seus pares. Ao invés, as elites surgiram nos momentos da alcatifa, mostraram-se
em prime time, fizeram as melhores poses. É sempre assim.
Simbólicas as declarações da segunda
figura da Nação, a presidente da Assembleia da Republica, eleita como primeira
figura do parlamento onde se sentam os representantes do povo. Veio alertar
para os “custos mesmo muito elevados, na ordem de centenas de milhares de
euros” da transladação de Eusébio para o Panteão Nacional.
Levar um símbolo do povo para o Panteão
fica caro? Não, minha senhora. Não fica ao preço dos vossos almoços de
protocolo, alguns deles com um criminoso chamado Pinto da Costa. Segundo o próprio
gabinete de sua excelência não custa mais de 50 mil euros. Sem querer, no meio
da sua mediocridade moral e ignorância de facto, o que Assunção Esteves transmitiu
inconscientemente é que para ela já existe povo a mais no Panteão, que a Amália
até já foi uma concessão. E se o povo quer lá mais um dos seus, que o pague, como
deve pagar a saúde, os transportes, a água e o ar que respira.
Para contrariar, a lei é clara, o
panteão serve para “perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se
distinguiram por serviços prestados ao país, no exercício de altos cargos
públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na
criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da
civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade”,
definição que serve que nem uma luva ao nosso Eusébio.
Eusébio vai para o Panteão Nacional
porque é lá o seu lugar e a Assembleia paga os custos, sejam eles quais forem, porque
o dinheiro é nosso e é o mesmo que paga a pensão de reforma a Assunção Esteves,
superior ao ordenado definido por lei e que ela preteriu. Eusébio vai para o Panteão
Nacional porque não podemos permitir que os nossos carrascos nos criem maus
costumes.
JL
texto maravilhoso
ResponderEliminarMais um grande texto!
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