O Benfica informou de forma pomposa,
que no caso desta Direcção quer dizer através de um comunicado, que “devido
ao momento de pesar e luto que vivemos pela morte
de Eusébio da Silva Ferreira não se realizará a Gala comemorativa do
110º aniversário do Sport Lisboa e Benfica, no próximo mês de Fevereiro”.
O tema deste post não é sobre a eventual
forma desmedida como o Benfica está a homenagear o melhor jogador que o mundo alguma
vez conheceu. Se há tema consensual entre os postantes deste blog é a importância
do “King” para o universo benfiquista e futebolístico, como ficou demonstrado
através de palavras e imagens ao longo dessa terrível semana. Ficará portanto
para outro momento o debate sobre se o grande Eusébio aceitaria que a sua cara surgisse
em marca de água nas camisolas, se gostaria que o Benfica cumprisse um longo
luto de um ano, se aprovaria que a sua morte servisse de justificativo para um
sem número de tropelias à tradição e ao bom senso. Eusébio não era um falso
modesto, tinha consciência do seu grande valor, mas também sabia, e disse-o
várias vezes, que ninguém está acima do clube. Nunca.
O tema deste post é sobre a não realização
da Gala e a forma como o Benfica actual comemora os seus aniversários. “Devido
ao momento de pesar (…) não se realizará a Gala comemorativa”
refere o comunicado. E no ano passado? A gala não se realizou, ponto. Qual foi
a razão? Dizem nos corredores que foi por falta de organização interna. Que a Hidra
de Lerna em que se tornou o vieirismo não conseguiu controlar os seus vários
egos. Outra versão mais apaziguadora, mas não mais generosa para organização,
fala no inesperado atraso na finalização do Museu.
Seja qual for a versão, a verdade
é que o 109º aniversário foi comemorado de forma pomposamente clandestina,
obviamente através de um comunicado, com o Presidente a dar novidades
fresquinhas sobre a Benfica TV. Somente. Nada mais.
Sensivelmente três meses antes,
um grupo de sócios anónimos, sem qualquer apoio da Direcção, conseguiu colocar
uma placa comemorativa do nascimento do clube, onde outrora estava estabelecida
a Farmácia Franco. Foi um momento único, de grande fervor. Aberto a todos, na
rua. Como o Benfica.
Ficaram ainda por entregar os tradicionais
galardões Cosme Damião. Acho eu, porque em 13 de abril, o site do clube anunciou
os nomeados e o povo votou. Quanto a resultados e a entrega de prémios, se os
houve, foi tão parcamente divulgado que não encontrei registo no Deus Google.
Não está em causa a realização da Gala por si. Recordo que a mesma era um
acto extremo de elitismo, onde os sócios estavam absolutamente impedidos de
participar, caso não fossem convidados. A Gala foi alvo de manifestações de
desagrado à porta do Casino do Estoril, foi até criada uma página do facebook “Queremos
a Gala dos 110 anos do Sport Lisboa e Benfica aberta aos sócios”. O Aniversário
do clube era comemorado com as bases à porta e com o Joaquim Oliveira a comer croquetes
lá dentro.
Fim da Gala, nos moldes que se
realizava, seria uma boa notícia. Só não o é pelas razões apresentadas.
E pelo exemplo de errância do ano passado. A falta de sensibilidade dos
assessores da SAD sobre a essência do Benfica é confrangedora. Estamos
bem entregues.
JL
Mais um grande texto amigo JL que mais uma vez mete o dedo na ferida...
ResponderEliminarPara onde caminhamos?