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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O SPORTING E O sporting


Por uma questão geracional e também de arreigado sentimento de pertença à minha cidade, sempre considerei o Sporting como o nosso grande rival.

Sou do tempo em que dia de derby era dia de nervos logo pela manhã.
Acordávamos com aquele nervoso miudinho que só passava com as emoções do próprio jogo.
Derby era derby, fosse na catedral em pleno 3º anel ou no peão do velho alguidar.
O Sporting era o rival, o inimigo, a outra face da moeda.

Havia, apesar de tudo, um certo respeito em relação ao Sporting e aos sportinguistas.
Nunca entendi como era possível não ser do Benfica e pior do que isso, ser do Sporting, mas as coisas eram lineares: nós éramos do Benfica e eles eram do Sporting, nós de um lado e eles do outro, horríveis camisolas verdes e brancas contra as mais belas camisolas do mundo.
Era a época em que ainda havia sportinguistas genuínos; obviamente que nos odiávamos mutuamente, mas era disto que se fazia uma rivalidade tão antiga como a história do futebol português.

Depois, a partir do início dos anos 80, o Sporting tornou-se sporting : passou a ganhar ainda menos e a fazer do ódio mesquinho e doentio ao Benfica a sua única forma de vida.
Ressabiados da vida e por infindáveis derrotas, roídos pelo despeito e pela inveja em relação ao Benfica, tornaram-se ainda menores.
Mil e uma vezes aliaram-se implícita ou explicitamente aos corruptos do norte: manejados como fantoches, contentando-se com as migalhas que lhes eram atiradas pelo magnânimo padrinho: um 2º lugar aqui, uma taça ganha ao Leixões ali.
Movidos pela cegueira e pelo ódio, não hesitaram nunca em vender a alma ao diabo apenas para ficar um lugar acima do Benfica.

O resultado está à vista: moral e financeiramente falidos, descredibilizados, permanentemente moribundos, tentam apenas adiar o fim à vista.
Mostram, no entanto, nada ter aprendido com o que se passou, nem entender o que se está a passar: arrogantes como sempre, continuam a evocar a grandeza do Sporting como Pessoa falava do 5º império.
Incapazes de entender a realidade, contentam-se ao reinventa-la: “o clube mais eclético”, a melhor academia do mundo”, a “maior potência desportiva”, os infindáveis títulos em modalidades que ninguém conhece ou pratica.

Tristemente ridículos como só os tontos, os lunáticos e os pobres de espírito conseguem ser.

  

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