Sem surpresa, o período pré-eleitoral está a revelar-se um
autêntico fiasco.
Se havia quem, por ingenuidade ou genuína crença na
bondade da raça humana, imaginava uma campanha com algo de novo, estará nesta
altura a falar sozinho e a relembrar com nostalgia os tempos das grandes
disputas eleitorais no Benfica.
Vieira está desgastado e entende-se: foram 10 anos duros,
marcados por uma conjuntura externa difícil e por erros próprios que se
tornaram, não poucas vezes, incompreensíveis porque cometidos e repetidos.
Rangel aparece a cavalgar aquilo que pensa ser uma onda
mas que não passa do normal refluxo da maré.
Pouca convicção, umas tiradas que tentam captar a atenção
mas, no fundo, nada de novo.
Também as listas são fraquitas.
A de Vieira com uma galeria de vice-presidentes que tem
dois pesos bem pesados, de estilo pouco recomendável e de duvidosa utilidade:
Rui Cunha e Rui Gomes da Silva.
Nuno Gaioso é um novato nestas andanças (o que nesta
altura pode ser óptimo ou péssimo) e Domingos Lima tem feito um trabalho meritório
na dinamização das casas do Benfica.
Sobre Moniz, ainda posso tentar compreender o porquê da
inclusão, embora não aprecie particularmente a personagem e desconfie das suas
ligações e reais intenções.
Espero apenas que não nos traga a Teresa Guilherme para
speaker, mas já nada me espanta.
Quanto a Varandas Fernandes, é, ao que parece, um
individuo de óculos que apareceu há 3 anos a dizer mal de Vieira.
A de Rangel, parece uma arca de Noé: um exemplar de cada
espécie.
Entre 3 ilustres desconhecidos (pelo menos para mim), um
ex de Vieira (Fernando Tavares), um ex mais antigo que demonstrou sempre alguma
benevolência em relação a Vale e Azevedo (Cunha Leal) e um de apelido sonante e
histórico que fará suspirar de saudade qualquer benfiquista que se preze. Junte-se
um habitué destes confusos períodos eleitorais ( Arrobas da Silva) e está
feito.
Sobre a mensagem, vamos esquecer o que já ouvimos e
provavelmente ainda mais rapidamente esqueceremos o que iremos ouvir até dia
26.
Não há uma única ideia nova, o que até não espantaria da
parte de Vieira, que assume claramente a continuidade, para o bem e para o mal.
Lamentável é que de Rangel nada mais se oiça do que “uma
auditoria” (um clássico must de qualquer período eleitoral no Benfica) e a
velha conversa estafada dos jogadores portugueses e da formação.
Todos concordamos obviamente com um melhor aproveitamento
da formação, mas todos conhecemos a triste sorte dos idiotas que acreditam
convictamente que tudo o que sai da academia é ouro puro: se Rangel quer acabar
como o sportém, é lá com ele.
Enfim, da espuma dos dias que passam, recolhem-se duas
grandes ideias desta campanha eleitoral: porque sim e porque não, que o mesmo é
dizer Lista A e Lista B.
E estamos assim…
RC
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