…que de água fria tem medo. Um sábado incrédulo pelos cafés do nosso Portugal. Gaspar teve umas férias imerecidas porque boquiabertos lagartos, andrades e simpatizantes do sofá e do Benfica perguntavam como foi possível uma esmagadora vitória daquelas do Vieira. Ainda mais a seguir a uma derrota na champions league.
Ao contrário do que se diz a história não se repete, mas é dela que se constrói o presente. E para percebermos este resultado eleitoral temos de recuar até Manuel Damásio.
Manuel Damásio foi um presidente azarado e frustrado. Comprou craques em barda e tudo o que era treinador da moda, mas ou porque o sistema estava vigoroso, ou porque a incompetência era muita e o azar também, o Benfica quase nunca ganhava. Habituados a ganhar quase sempre os benfiquistas andavam mais do que agastados com a situação.
Este foi o detonador para aparecer Vale e Azevedo. Numa primeira tentativa perdeu para Manuel Damásio com pouco mais de 10%, mas três anos depois pareceu a defrontar o credível Luís Tadeu. Capitalizando o enorme descontentamento da massa associativa e aproveitando o alheamento de alguns, Vale e Azevedo apostou tudo na demagogia. Recordo ainda nas filas para votar os seus apoiantes, estrategicamente colocados, a anunciarem aos gritos a iminente assinatura de Rui Costa.
Vale e Azevedo ganhou por apenas 4% a Tadeu, mas foi o suficiente para o Benfica entrar nas trevas profundas. Escândalos atrás de escândalos, resultados inimagináveis (7-0 em Vigo), classificações vergonhosas. Para aqueles que amam o Benfica foram três anos que pareceram décadas. Estão a ver o actual Sporting? Estávamos pior.
Estes três anos de Vale e Azevedo são fundamentais para compreendermos o Benfica actual. Neste momento é um clube com um medo imenso que esses dias voltem, porque lhe dói ainda no lombo aqueles três anos. Sem a ambição de outros tempos, descobriu que a derrota não o destrói e troca a glória por sopas e descanso. O Benfica é actualmente um clube excessivamente conservador.
No seu grosso, a massa associativa não troca o certo pelo incerto. O medo tem destas coisas. E quem não compreender isso não ganha eleições.
JL
Uma oposição que em 3 anos não se organiza, nao prepara uma estratégia e se rodeia e gente duvidosa, não é o incerto... É o caos.
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