Depois de lançarem uma absurda e anónima confusão com o
Benfica no meio (as costas do Benfica têm a largura do país), de recorrerem a provincianos
magos da engenharia que usam fita métrica para cronometrar o tempo, os jornais
de hoje referem que a saída dos andrades no caso da taça da liga será o espírito
da lei. Ou seja, depois de tentarem a política rasteira e a ciência foleira apelam
agora ao mundo transcendental.
Faz sentido. Qualquer decisão que não seja a saída do FCP da competição
é a morte do regulamento que a sustenta. Assim sendo, perdendo o corpo fica o espírito
que, segundo a espiritologia, é o que entra em contacto com a quarta dimensão,
local onde não existem problemas de espaço ou de tempo. Afinal, com a ironia do
costume, o professor Leitão até tem alguma razão.
Desde que A Bola noticiou a irregularidade, os comentadores que
habitualmente são céleres a analisar profundamente as disfuncionalidades do
futebol nacional quando não se trata do FCP têm-se resguardado num pesaroso silêncio,
chegando os mais corajosos a esboçar um tímido lamento perante o erro fatal de
tão oleada máquina de guerra. Era uma situação insustentável, muito mais difícil
de gerir que o ilegal adiamento do Setúbal- FCP e dos 3 pontos daí resultantes.
Surge agora o sol entre as nuvens e os Johnny Fontane do
nosso futebol irão em fila indiana saudar o chefe e a sua superior sagacidade. Deviam
ser castigados por duvidar da sua perspicácia estratégia. Então a história dos últimos
30 anos não lhes ensinou nada?
Quanto ao Benfica, basta-lhe a dignidade, o que é pouco em
terra de cegos já que não dá direito a coroação, porque há terras em que quem
tem olho é coxo. Quando chegarmos a Braga daqui a duas semanas, para disputar
uma taça da qual já temos quatro, o que eles mereciam era um belo e estrondoso manguito. A equipa B ou mesmo a falta de comparência e ficavam sozinhos a brincar com
as pilinhas.
JL
O Nuno Farinha hoje no Record já vem contrariar a versão de A Bola e dizer que embora o parecer aponte nesse sentido o CD está inclinado para assentir aos argumentos do FCP. É o que temos.
ResponderEliminarNem mais: falta de comparência e deixar o Salvador a falar sozinho.
ResponderEliminarDepois, da nossa parte, apenas uma linha de comentário oficial: "Desta já nos livramos!"