É visível para todos que o Benfica tem de ser muito melhor do que os outros para ganhar dentro do campo. Ainda este fim-de-semana houve duas arbitragens muito habilidosas no Futsal e no Hóquei em patins um senhor de apito preparava-se para mandar repetir um penalti que o guarda-redes do Benfica tinha defendido, algo que quem costuma ver a modalidade já não estranha. No Futebol é o que se sabe. No Andebol basta o Benfica adiantar-se no marcador num clássico ou num dérbi para haver logo uma mão cheia de exclusões. Até em desportos onde não há contacto físico a coisa descai sempre contra o Benfica, como foi o caso de certas decisões na final de Voleibol, nomeadamente no jogo de Espinho.
No atletismo, onde geralmente ganha quem é mais rápido, mais forte e salta mais alto ou mais longe, os juízes passavam despercebidos, ou seja, tinham uma vida santa. Isto até o Benfica começar a ganhar. De há dois ou três anos para cá, quase em todos os campeonatos há decisões de secretaria com ou sem influência no resultado final dos mesmos. Nessas decisões há sempre algo em comum: nunca são a favor do Benfica. Não sei se é mesmo azar, mas a mesma atitude tem sempre avaliações diferentes conforme a cor da camisola.
Esta época parece que havia a esperança de que algo corresse mal à nossa equipa masculina de atletismo. Como no primeiro dia a coisa não correu como esperavam e até um dos outros se lesionou numa prova que devia ganhar, toca de 24 horas depois anular a pontuação de um dos nossos (Rui Pinto – 5.000m).
Não foi só a decisão em si que não fez sentido, nomeadamente comparando com outras em sentido contrário de anos anteriores, foi o facto de cirurgicamente a decisão ter sido comunicada momentos antes do inico das provas do segundo dia, podendo condicionar o desempenho dos atletas nomeadamente o próprio Rui Pinto que ia ainda competir nos 3.000 metros.
Felizmente os nossos atletas estiveram quase perfeitos e partiram para um resultado histórico. Em 21 provas ganhámos 14 (seriam 15 sem a desclassificação).
Mas quando não se consegue dentro do recinto desportivo, tenta-se fora. Isto proque a partir dos anos 80 fomos perdendo lugares e posição em tudo o que é federações e associações e os 10 anos de vigência de Luis Filipe Vieira não souberam minorar.
Toda a gente se lembra da novela à volta do nosso ex-treinador de andebol Prof. José Antonio Silva provocada pelo andrade Olímpio Bento. Agora chegou a vez da Prof.ª Ana Oliveira, a grande responsável pelo renascimento competitivo do Atletismo do Benfica.
A história é simples de contar, as federações desportivas podem fazer a requisição de professores que leccionem ao nível do Ensino Secundário para maior dedicação à modalidade. A requisição permite um significativo alívio da carga horária para dedicação a tarefas designadas e justificadas pela mesma Federação.
Segundo parece a FPA fechou-se em copas sobre o prolongamento da requisição da nossa Técnica e quando questionada lá informou muito a custo e de forma informal que ela terminaria este ano.
Estamos a falar de uma Técnica que enquanto atleta foi recordista nacional da sua especialidade e ganhou dezenas de provas a nível internacional. Estamos a falar da responsável pelo despontar de dezenas de novos valores do nosso atletismo e até de outras modalidades. Estamos a falar de desportos individuais cujos resultados beneficiam sobremaneira a imagem do país no exterior. Aliás, se chegarmos a ouvir o hino em Londres é bem provável que a Prof.ª Ana Oliveira tenha uma significativa quota de responsabilidade nesse êxito.
Esperemos que o nosso presidente, que me parece ter sempre acarinhado a modalidade, em vez de fazer barulho com artigos de há 3 meses atrás (atenção: eu concordo com a não ida a Angola), tome uma posição forte junto do governo, comité olímpico e FPA. Se tivéssemos em período de campeonato de futebol, era mais fácil, certamente ia encontrar esta gente toda no camarote VIP de Alvalade.
JL
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