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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

SONHOS DE UMA TARDE DE VERÃO

O país dilacerado pela nova pobreza e sugado pelos novos vampiros, estremece e delira ante os feitos, as birras, as caretas, os trejeitos apalhaçados de CR7, jogador-marca, sofisticado produto criado nos meandros da engenharia desportiva e das modernas técnicas de marketing.
Dou por mim a pensar no Piçarra e nas papoilas saltitantes, na Luz cheia e vibrante, sedenta de glória e títulos, aclamando alguns artistas e outros cuja única virtude é vestirem a mais bela camisola do mundo.
Os amigos, as cervejas no Gonçalves, a escalada nem sempre fácil até ao piso 3 da bancada Meo e finalmente o momento.
Não há modas, nem marketing, nem o absurdo dos patriotismos de pacotilha politicamente correctos.
Tudo ali é genuíno: a alegria do golo, a angústia antes do penalty, o sofrimento pelo tempo que não passa ou que se nos escapa demasiado veloz, a raiva perante o falhanço inacreditável e absurdo, o ódio ao árbitro que rouba, manipula e engana.
No fim, nada termina ali. Nunca.
Entre amigos de uma vida ou de muitas épocas e rodadas de cerveja  que se vão revezando, generosas e pontuais, fazem-se balanços, conjecturas, planos.
Dali a 15 dias ou 5 minutos lá nos reencontraremos e tudo recomeça.
Como sempre, para sempre.
RC

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