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domingo, 3 de junho de 2012

O CASO OU O OCASO DO SIDNEI

O caso do Sidnei é um exemplo perfeito da política desportiva do Benfica na última década. Um ziguezague constante, entre o adequado e o inconveniente. Onde os treinadores mandam mais que os directores.

A cronologia dos acontecimentos é esta:
Em 2008 o Benfica surpreende ao adquirir por 5 milhões 50% do passe de Sidnei Rechel da Silva Júnior, um muito jovem zagueiro brasileiro. Apesar da presença assídua nos vários escalões da selecção brasileira, dar 5 milhões por metade dos direitos de um jovem central, sem provas dadas, está ao nível do disparate que foi mais tarde os 8,5 milhões que custou Roberto Jiménez Gago.

No entanto, o beque brasileiro entrou como uma flecha no onze de Quique Flores. Exibições convenientes, golos decisivos, capas de jornais. Embora fosse perdendo fulgor conforme o Benfica de Quique ia perdendo o contacto com o primeiro lugar, manteve a titularidade muito graças ao desvio do David Luiz para a esquerda.

Chega Jorge Jesus e encontra um Sidnei que regressa bastante anafado das férias. Entre uma dieta rigorosa e os bons resultados da dupla David Luiz e Luisão, desaparece da equipa. Não obstante este facto, a SAD numa das suas habituais fugas para a frente ou numa decisão com intuitos no mínimo nebulosos decide pagar 2 milhões de euros por mais 20% do passe.
Quando a meio da segunda época do mago da Reboleira o Chelsea vem cá buscar o David Luiz, pensou-se que naturalmente Sidnei iria consolidar-se no lugar de companheiro de Luisão. Mas JJ dá preferência a um central de corpo rígido e técnica duvidosa comprado por tuta e meia ao Olhanense.

O tempo de contrato ia passando e o Benfica a ver os 7 milhões a voarem. Como quem tenta um último sprint antes da meta surge a oportunidade Besiktas. Num campeonato endinheirado e num clube com vários jogadores portugueses, tinha tudo para dar certo, ou seja, uma possível venda.
Mas tudo corre mal. Sidnei volta a atrair-se fatalmente pela feijoada (ou pelo Kebab), ganha peso, tem lesões e é indisciplinado QB. Resultado: é devolvido à procedência.
    
Temos agora um jogador que custou 7 milhões e acaba contrato em 2013, sendo livre já em Janeiro. Que já deu provas da sua qualidade, bastando para isso controlar a sua atracção pelos hidratos de carbono.
Mas Jesus não o quer e ao contrário das equipas de sucesso, no Benfica o treinador manda, mesmo que se deite 7 milhões para o lixo. Uma SAD com a pirâmide hierárquica bem definida faria tudo para manter este activo.
  
  JL

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