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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


domingo, 13 de janeiro de 2013

TUDO BONS RAPAZES


No fundo, este post estava pensado desde a passada semana, concretamente desde a derrota em hóquei com o Porto.
Preferi, contudo, não escrever a quente: porque as derrotas não são boas conselheiras e porque não queria ser acusado de “abutre”, uma palavra tão cara a alguns amigos da blogosfera benfiquista.
Prefiro, pois, fazê-lo hoje, dia em que registamos duas vitórias contra a lagartagem, que à primeira vista poderiam ofuscar uma derrota caseira com o CAB.
Em circunstâncias normais, seria pois um belo sábado para as modalidades.
E no entanto…

Definitivamente há qualquer coisa que não está bem nas modalidades: de uma forma geral tem-se acentuado nos últimos tempos uma tendência que demonstra que a qualidade de jogo mas também a garra e a vontade de vencer parecem proporcionalmente inversas ao investimento efectuado.

Olhe-se algo friamente (se for possível) para as últimas exibições das nossas equipas: falta alma, cultura de clube, de vitória.
A sensação que temos muitas das vezes é que usamos e abusamos do caminho no fio da navalha: no basquete, no futsal, no andebol e agora também no hóquei.
As exibições de hoje no andebol e no hóquei foram, aliás, sintomáticas.
Já em relação ao vólei, no fundo, estamos todos de credo na boca à espera do play-off, receando ver um filme já visto vezes demais.

Tomemos como exemplo a derrota caseira do hóquei ante o Porto: justíssima, antes de mais, mas também emblemática.
De uma certa forma de estar no clube, de encarar a competição e de jogar contra um rival directo, para mais com o peso do Porto.
Quando demos por nós, já eles ganhavam por 2-0; cada vez que o Porto metia o stick à bola, fazia-o com convicção: para ganhar a bola dividida, para ganhar o lance, sabendo que assim a vitória estaria mais próxima.
Seriedade profissional, concentração competitiva permanente, capacidade de não falhar nos momento decisivos: lamento, mas só o Porto os demonstrou e os resultados ficaram à vista.
Se nos agarrarmos aos erros de arbitragem, é sinal de que nada percebemos e não sairemos disto.

Foi por isso, um jogo emblemático de um determinado estilo de vida, de um certo glamour, se quisermos, que reina nalgumas modalidades do Benfica: de jogadores que andam pelos corredores da Luz, almoçam no Gonçalves, são apaparicados, conversam com os sócios, levam umas palmadas nas costas e ficamos todos felizes.
O nacional porreirismo em versão benfiquista, se quisermos.
Também a Benfica TV terá a sua quota-parte (embora completamente involuntária) de responsabilidades: não sei até que ponto não haverá rapaziada demasiado endeusada, sobretudo quando tão pouco ganhou.
Ao invés de entrevistas e reportagens bem intencionadas que consecutivamente nos dão a conhecer grupos de excelentes rapazes (quem o duvida?), preferimos vitórias claras, exibições seguras que nos coloquem a salvo de humilhações como a de sábado passado na Luz.

Falta, portanto um longo caminho a percorrer: uma forte cultura de clube, consentânea com a tradição e a responsabilidade histórica do Benfica e que se traduz numa permanente exigência de vitórias e numa concentração competitiva adequada a equipas altamente profissionalizadas a quem nada falta.

Acresce um factor que pode e deve ser determinante: os tempos que correm não são propriamente de abundância, pelo que seria de bom tom que todos entendessem definitivamente que a sobrevivência das modalidades pelo menos na vertente mais alta da competição, poderá e deverá estar ligada ao desempenho desportivo.
Meus senhores, podem ainda não se ter apercebido mas a festa está a acabar!

RC



5 comentários:

  1. Alguém me chamava a atenção a isto no passado sábado no pavilhão da luz, cada vez que o jogo parava um jogador do Porto ia falar com um dos árbitros, geralmente o careca. Nenhum jogador do Benfica se aproximava, nem que fosse para ouvir, andavam ali a patinar às voltas, como se não fosse nada com eles. São destes pormenores que se fazem os campeões. Como me lembrei do saudoso Humberto Coelho.

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    1. Rapaz de Alenquer, observaste tu, observei eu e até era para falar nisso.
      E não é estranho que numa estrutura desta dimensão, ninguém se aperceba destes "pormaiores" e prepare os atletas para tal ?
      Só me veio à cabeça uma entrevista que Gomes, o ex-capitão do Porto deu há largos anos. Disse ele que aprendeu a ser capitão, observando a forma como homens como Humberto Coelho e Toni falavam com os árbitros.
      Pois é, outros tempos, de facto. A questão é que estes e outros homens que foram grandes líderes, felizmente ainda estão entre nós.
      Desaproveitar a sua experiência e aquilo que teriam para ensinar tem-nos custado muitos títulos.
      E ainda outra achega sobre as modalidades, concretamente o andebol: há 3-4 anos,um jogador titular do Sporting com o qual contactava regularmente por motivos profissionais, dizia-me não conseguir perceber como é que o Benfica não era campeão quando tinha de longe os melhores jogadores.
      A questão, segundo ele, é que os jogadores do Benfica sacrificavam-se pouco.
      Pois é...

      RC

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  2. Bla Bla Bla Bla Bla. Mais um filho da puta que só sabe dizer mal.

    Vais aos pavilhoes? És sócio? Pagas as quotas das modalidades?

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    1. Anónimo das 10:45, vou aos pavilhões, sou sócio há umas décadas e pago a quota das modalidades desde que foi criada.
      E para que não penses que sou do contra ou antes "um filho da puta que só sabe dizer mal", votei Vieira.
      Chega-te ? Tem um bom domingo!

      RC

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  3. Pois é! Se jogarmos contra cavalheiros, temos que nos portar como cavalheiros! Mas se jogarmos contra o "clube rival", embora não nos devamos portar como tal, temos que ser mais "espertos"! A pressão sobre os árbitros não é apenas nos jornais e nos corredores dos edifícios. E se alguém ia falar SEMPRE com o árbitro ou com os elementos da mesa, para além de não ser surpresa nenhuma, tinha que ir lá um elemento do Benfica "ouvir"! Mas isto são preparações que têm que ser feitas ANTES do jogo tendo em consideração que não vamos apenas lutar no campo (rinque) mas contra as "xico-espertices"! E não há ninguém no nosso clube que os prepare para isto? Depois ficam a queixar-se apenas das arbitragens .... e a ver as festas "destes ..."!

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