Estamos a dois dias do início do campeonato. Hoje parece que
joga a selecção de futebol. Há três dias atrás terminaram os Jogos Olímpicos,
com uma participação nacional que devia compelir à reflexão. No fim-de-semana passado
houve a final da supertaça, que apesar de ter dado em sinal aberto, aparenta ter
sido jogada na clandestinidade.
Estes são os assuntos que deviam emergir no espectro
mediático. Em vez disso abrimos os jornais, ligamos a televisão, ouvimos a rádio
e o tema é Luisão. Um jogo particular, realizado há uma semana, em que um árbitro
fez de batatoon, aproveitando a justificada indignação dos nossos jogadores,
ocupa debates, declarações e artigos de opinião.
A grandeza é isto. A sombra que o Benfica faz não deixa alguns
verem o sol. Imagino os Migueis Guedes deste mundo, no sábado à noite, em vez
de assistirem à supertaça, verem vezes sem fim as imagens do jogo da Alemanha.
Os Eduardos Barrosos a darem saltos na praia a imaginarem o seu clube a ter hipóteses
numa taça qualquer. Até o Pinto da Costa arranjou assunto para o ouvirem, porque
se falasse só do seu clube, nem uma nota de rodapé ocupava.
Esta grandeza insuperável e eterna do Benfica podia ser
proveitosa. Mas não está a ser. Há momentos que não passamos de um enorme e balofo
saco de pancada.
JL
Sem comentários:
Enviar um comentário