Num ponto concordo com o Jorge Jesus, o Melgarejo pode dar um
bom defesa-esquerdo (ou lateral-esquerdo, se quiserem). É rápido, sabe
pressionar, joga bem de cabeça e é tecnicamente evoluído. Vindo de trás e bem articulado
com o extremo é muito difícil de bater. Por fim, ajusta-se bem à forma de jogar
do Benfica de Jesus, dois laterais subidos com o trinco a fazer de terceiro
central. Se chegará perto do nível de um
Coentrão, o tempo do dirá. Até lá fará bons e maus jogos e como diz Jesus oito
semanas é muito pouco. Contudo, para o bem de todos nós espero que, nem que
seja com a ajuda divina, a coisa resulte.
Mas o problema não está no simples facto do Melgarejo estar a
ser adaptado a defesa-esquerdo. Provavelmente se assim não fosse até era
dispensado/emprestado e seria outro Urreta ou outro Jara desta vida. Vendo a questão de forma isolada até é benéfico para o jogador, porque aumenta
a sua polivalência e consequentemente aumenta as soluções
disponíveis no plantel.
A este
propósito os jogos da pré-época deveriam servir para avalizar duas
coisas: concluir se o outro defesa-esquerdo do plantel (Luisinho) serve (do
pouco que jogou não comprometeu) e/ou se o esforço que se vai fazer de
adaptação do Melga vale a pena. Chegando à segunda jornada do campeonato temos
um Luisinho pouco rodado, um Melgarejo com o peso de uma responsabilidade que
não devia ter e um desfilar de nomes nos jornais. Parece-me a mim que neste particular
a pré-época não serviu os seus propósitos.
Outro aspecto a recordar quando se faz a comparação com o
Coentrão é que este foi progressivamente se tornando no defesa-esquerdo do
Benfica, quando o titular era o César Peixoto. Apesar de contestado, o facto de
ser ele o titular deixava margem para o Coentrão evoluir e errar. Neste caso o Melgarejo
está numa situação oposta. É ele o titular escolhido pelo treinador e este facto
faz toda a diferença ao nível da pressão mediática.
A questão fulcral é que o Benfica (e Jesus) precisa de ganhar
um campeonato imediatamente e como manda o bom senso qualquer factor que
implique mais risco deve ser eliminado, minimizado ou substituído por uma
situação mais segura.
E é neste ponto que entra minha discordância com a gestão do
plantel. Com a capacidade financeira que o Benfica já demonstrou, há
necessidade de andar a arriscar pontos com estas adaptações? Nos anos 60 ou 70
se não ganhássemos um ano o título, certamente ganharíamos nos seguintes,
infelizmente já estamos longe dessa realidade.
Pois o buzilis da questão é esse mesmo. Melgarejo, não tenho dùvidas é um belissimo jogador e se for queimado é um autêntico crime. Ao mesmo tempo o Benfica não pode efectivamente arriscar-se a perder pontos em tentativas sem nexo. 5 ou 6 pontos perdidos por falta de defesa esquerdo de raíz pode ser mais do que suficiente para perder outro campeonato e depois entraremos em questões desneccessária se o teríamos perdido na mesma com o Melgarejo.
ResponderEliminarE se o Melgarejo sobreviver vai ser uma mais valia para o próximo ano! Imaginem só: regressa o Nelson Oliveira, o Urreta, O David Simão, sobe o Miguel Rosa, o Ivan Cavaleiro, continua o Miguel Victor, temos o Salvio, o Artur, ...... e o JJ a ver na TV!
ResponderEliminarter o Melgarejo (10 golos do paços) e ir buscar o olá john. gestão danosa?
ResponderEliminarTratando-se de opções,desde que justificadas e lógicas, poderemos concordar ou discordar, mas o treinador é soberano: é pago para isso e tem legitimidade para tal.
ResponderEliminarA questão é quando tudo isto não tem ponta por onde se pegue em termos de coerência e lógica de gestão, de recursos financeiros ou humanos.
É esse o problema de Jesus.