Ola John é um jovem jogador com qualidades
e já o demonstrou.
Ola John é um jogador que está a
acusar manifestas dificuldades de adaptação a uma nova equipa, a um sistema táctico
diverso, a um clube com uma dimensão completamente diferente e isso tem sido,
também, evidente.
Na semana em curso, acabou por
andar nas bocas do mundo e nas primeiras página dos jornais, por força de um
raspanete público de Jorge Jesus após o jogo de Genebra com a Juventus.
Que um treinador ralhe,
repreenda, corrija, ensine é absolutamente normal e faz parte das suas funções.
Que o faça em pleno relvado, com
a exuberância que se viu, demonstra uma incrível falta de tacto, de bom senso e
de capacidade de conduzir homens.
Jorge Jesus poderia e deveria
ter evitado este ralhete público a um jovem jogador que está a atravessar
algumas dificuldades e que até pelo preço que custou (e do qual, de resto, não
tem qualquer culpa…) começa a ser posto em causa.
Ao fazê-lo, fragilizou-o,
expondo-o à óbvia curiosidade vampira do jornalismo desportivo que vamos tendo
e que esfregou as mãos perante um tal “petisco” servido de bandeja.
Haja quem explique ao nosso
treinador que é na intimidade do balneário ou no remanso de um gabinete que se tratam estes
assuntos: o que é nosso, discute-se entre nós, não se evidencia, nem se mostra à
saciedade; não se grita, nem se aponta o dedo em pleno relvado, linchando
publicamente um jogador, ainda para mais jovem e acabado de chegar.
A leitura na diagonal de um
qualquer manual de iniciação à liderança ensinará ao “mestre da táctica” que só
os elogios deverão ser públicos: as críticas são privadas, para que não se
fragilize ainda mais quem errou, se errou.
Já agora, gostaria de ver esse
rigor e esse grau de exigência aplicados ao jogador mais irritante, preguiçoso
e indigente do actual plantel: Nico Gaitán.
É, porém, muito mais fácil ser forte
com os mais fracos, não é, Sr. Jesus?
RC
Sem comentários:
Enviar um comentário