Witsel e Gaitán estarão de saída
do Benfica.
Quem o diz é o Record, e,
portanto, a noticia vale o que vale.
Nestas coisas é raro, porém,
haver fumo sem fogo e os jogadores em questão há muito são referenciados quando
o assunto é vender.
Casos distintos, todavia.
Pelo mundo de contradições que
em si encerra, Gaitán é um dos jogadores mais intrigantes e simultaneamente irritantes
que já passaram pelo Benfica.
Dotado de um talento extraordinário,
tira, por vezes, da cartola lances só ao alcance dos predestinados.
Consegue ser genial e fazer a
diferença.
Convenceu-se e convenceram-no, porém,
que isso é suficiente e Gaitán, não raramente, tem uma postura em campo
completamente despropositada e contrária aos interesses da equipa.
Quando prefere o brilharete
inútil e estúpido, recreando-se com a bola como se fosse uma foca amestrada;
quando passa larga minutos alheado do jogo ou quando dele se “esconde”; quando
perde a bola em zonas absolutamente proibidas (lembremo-nos do ultimo
Benfica-Porto: não foi Proença o único culpado…); quando desiste de bolas ou
lances apenas porque lhe parece estarem perdidos.
Na última época, andou numa
espécie de montanha russa exibicional, com momentos brilhantes a par de outros
completamente desconcertantes, por vezes até durante o mesmo jogo.
A determinada altura dava a
impressão que geria o seu nível exibicional em função das noticias que chegavam
de Inglaterra sobre o suposto interesse dos clubes de Manchester.
Considero que uma boa oferta por
Gaitán é irrecusável.
O seu rendimento demasiado
irregular, inconstante e até algo bipolar, deixa-o longe de ser um imprescindível,
apesar do embevecimento de Jesus.
Não acredito, aliás, que com
esta atitude competitiva, Gaitán tenha sucesso num campeonato particularmente
exigente como o inglês, mas isso já é problema de quem o comprar.
Se necessitamos, pois, de
vender, venda-se Gaitán.
Já Witsel é um caso
completamente diferente.
Fruto de uma escola europeia
tacticamente evoluída e que privilegia o colectivo, é um jogador de equipa por
excelência.
Pela forma como joga e como o
jogo flui quando passa por ele, parece estar no Benfica há anos: pegou de
estaca na equipa e no clube, dando razão aos que consideram que os grandes
jogadores não necessitam de períodos de adaptação.
Inteligentíssimo tacticamente,
segura a bola como ninguém, jogando com a simplicidade apenas ao alcance dos
jogadores de eleição.
Um pouco mais adiantado, renderia
eventualmente ainda mais, até pela forma como demonstrou também saber fazer
golos, mas nunca hesitou em sacrificar-se em prol da equipa e da estratégia do
treinador.
Sabemos todos que no Benfica,
Witsel é um jogador a prazo: tem obviamente lugar em qualquer das maiores equipas
da Europa.
Segurar Witsel, nem que seja por
apenas mais uma época, é um dos grandes desafios do Benfica e da sua gestão
desportiva.
Mantê-lo para 2012-2013 seria a
melhor das aquisições; perdê-lo pode significar o regresso à estaca zero no processo
de consolidação de uma equipa efectivamente forte e competitiva.
RC
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