É sabido que com o Verão, a praia e o tempo livre a apetência para ler jornais desportivos aumenta. Mas a poucos dias dos jogos criados pelo Barão Pierre de Coubertin, por vezes é necessária uma paciência olímpica para acompanhar as notícias do nosso Benfica.
Falo obviamente da novela dos laterais, onde continuamos a aguardar, qual chinês, o surgir de algo no nevoeiro. É certo que como Saint-Exupéry escreveu no Principezinho: "É preciso suportar duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas." Mas numa empresa a sério como se pretende que seja o Benfica, considerando a política da profissionalização das estruturas até ao limite, alguém teria de ser responsável por não conseguir reforçar a tempo as únicas posições do plantel que necessitavam realmente ser reforçadas.
Mas temos de aguentar mais. Só nos últimos dias ficámos a saber que o Benfica adiantou mais de um milhão de euros ao Vitória de Guimarães para sinalizar o Targino. É óbvio que o clube minhoto está em grandes dificuldades para fazer a devolução do dinheiro. A juntar ao adiantamento feito ao Odivelas, começamos a recear que esta distribuição de fundos a beneficiários pouco prováveis é apenas a ponta do iceberg.
Hoje surge mais uma pérola. Segundo o Correio da Manhã, o Benfica está disposto a ceder Jara ao Velez e receber como garantia de pagamento as letras da divida do Sporting ao clube argentino relacionadas com Torsiglieri, no valor de 700 mil euros, que depois irá tentar receber.
Talvez queiram aumentar o bolo da divida leonina, juntando estes números à divida do incêndio no estádio que segundo parece ainda não foi paga. Talvez estas notícias tenham sido inventadas por algum jornalista criativo e o nosso gabinete de comunicação esteja tão ocupado com a excelente estratégia de chamar pessoas ao estádio, nomeadamente com a peregrina ideia de colocar a Eusébio Cup às 19 horas, que não tenham tempo para desmentir. Talvez nada disto seja motivo de preocupação e eu esteja mesmo com falta de paciência.
JL
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