Este fim-de-semana o Benfica venceu com larga vantagem o campeonato masculino
de atletismo de sub-23. O 30 º título colectivo desta época. Nos femininos
fomos derrotados à tangente. Como se explica este insucesso, numa equipa que tinha
vencido o ano passado, tanto em sub-23, como em juniores? Simples, faltaram
algumas atletas.
Existe aquela
parábola africana do sapo e do escorpião. Conta-se que certa vez um escorpião
aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio.
O escorpião vinha para lhe fazer um pedido: "Sapinho, fazes-me o favor de carregar até a outra margem deste rio tão
largo?" O sapo respondeu: "Só
se eu fosse tolo! Vais-me picar certamente, eu vou ficar paralisado e vou
afogar-me." Disse o escorpião: "Isso
é ridículo! Se te picasse, ambos afundaríamos." Confiando na lógica do
escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava
para atravessar o rio. No meio do rio, o escorpião cravou o seu ferrão no
sapo. Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o
escorpião e perguntou: "Porquê? Porquê?"
E o escorpião respondeu: "Porque sou
um escorpião e essa é a minha natureza."
É também assim
com os nossos “amigos” lagartos. Sempre à procura do melhor estratagema para
conseguir uma gloriazinha. Mestres da pequena mentira. Faz parte da sua
natureza.
Evocam
atletas cujas grandes vitórias nem sequer foram conseguidas com a sua ridícula
camisola, como é caso do ciclista Joaquim Agostinho. Reclamam a paternidade de
craques que chegaram ao clube já homens quase feitos e que rapidamente se
piraram, como é o caso do Nani ou do Ronaldo. Incluem no seu palmarés vitórias
de atletas que nem são, nem foram, do clube, como é o caso de Armando Marques
no Tiro do Fosso Olímpico que foi medalhado em Montreal 1976 e que representava
o Clube Português de Tiro a Chumbo.
É assim desde
a sua origem, quando para conseguirem ter uma equipa de futebol, tiveram de ir
buscar 8 jogadores ao Benfica. E logo no primeiro Benfica-Sporting da história
em 1 de Dezembro de 1907, realizado no Campo da Quinta Nova (casa emprestada do
Sport Lisboa naquela altura) fizeram tudo para ganhar.
Como tinham
ido buscar os melhores jogadores pensavam que eram favas contadas. A meio do
jogo devido a uma enorme chuva os jogadores do Sporting abandonaram o relvado
com o jogo ainda empatado 1-1. Os corajosos e resistentes benfiquistas
mantiveram-se em campo. Quando parou de chover, logo apareceram os leãozinhos
de equipamentos secos. Claro que acabaram por ganhar por 2-1 aos regelados
vermelhos.
São tantos os
factos que não invejo o trabalho dos biógrafos do clube do Lumiar, tamanho deve
ser o esforço para dar alguma dignidade àquela gente.
Aproveitando
a crise que assolou o Benfica nos anos 90, enchiam a boca com as vitórias do
atletismo. Até o Benfica recuperar e começar a dominar todos os escalões. E nem
sequer os contantes atropelos aos regulamentos por parte da FPA impediram as
nossas vitórias. Tenta-se tudo, desclassificações, anulação de lançamentos,
etc. A última foi marcar o campeonato de esperanças (sub-23) para o mesmo fim-de-semana
do Mundial de juniores. Obviamente que houve atletas que deram prioridade ao
Mundial.
Fez-me lembrar
aquela eliminatória da Taça de Portugal com o Setúbal, que se realizou em 31 maio
de 1961, no dia seguinte à final da taça dos campeões europeus onde esteve o
Benfica. Obviamente que fomos eliminados ao jogarmos com as reservas.
JL
Esse episódio de 1961 é bem significativo da protecção que tivemos enquanto "clube do regime"...
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