SIMÃO E QUARESMA, OS “JOVENS” TURCOS

Escrever sobre as notícias do defeso é escrever sobre nada. É dar a nossa opinião sobre cenários que muito dificilmente irão ocorrer. No entanto, enquanto a bola não rola, o exercício de projectamos aquisições, equipas, tácticas, opções tem o seu encanto. Por vezes fantasiamos tanto, que parece que os vemos realmente de manto sagrado vestido, a driblar, rematar e a marcar. Esta introdução serve para falar de dois jogadores.

Simão Sabrosa foi um dos jogadores mais importantes do Benfica neste início de milénio. Capitão e campeão, honrou a camisola como poucos, apesar da sua origem. Simão foi feliz no Benfica e nós felizes fomos.

Aos 32 anos provavelmente já não deve ter a velocidade que tinha e que era a sua marca. Mas este transmontano de gema fazia mais que correr em campo. Tinha um remate colocadíssimo, visão de jogo, poder de drible. Tudo atributos que melhoram com experiência. Está livre e pelos vistos desce o ordenado para acabar a carreira no Glorioso.   

Ricardo Andrade Quaresma Bernardo, também quer sair do mesmo clube. Quaresma era um dos jogadores nacionais mais promissores. Mais novo que Simão, tem a idade em que os jogadores atingem o apogeu. Talvez por isso, o Besiktas não o vai deixar sair a custo zero.    

Se o Simão vale pelo seu peso simbólico, Quaresma vale pelo futebol que ainda tem para dar. Tenho a noção que estou contracorrente, mas considero o esquerdino um dos grandes jogadores nacionais, capaz de resolver jogos e de alavancar o colectivo. Como fez no último ano nos andrades.

Aposto que nem um nem outro vão ter o emblema místico ao peito na próxima época. Sinceramente tenho alguma pena, mas compreendo. O Benfica tem jovens para valorizar e os ordenados destes dois craques, mesmo mais reduzido, obriga a um gasto sem retorno. Mas que era bonito isso era.   

JL