A poucas semanas das eleições (será?), por mais grandioso que
seja o Museu a inaugurar brevemente, Vieira começa a ter poucas opções e a depender
quase totalmente dos resultados do futebol.
Luís Filipe Vieira ganhou duas eleições (e bem) levantando a
bandeira da recuperação económica e financeira do Benfica e da devolução da credibilidade
ao clube. Ganhou e ganhou bem. No último sufrágio até teve a benesse de um pára-quedista
do norte que com uma esperteza jurídico-saloia animou as eleições e levou às
urnas milhares de Benfiquistas que de outra forma ficariam a aquecer o sofá.
O trabalho feito na recuperação económica e financeira do
Benfica e da devolução da credibilidade ao clube já foi julgado nas eleições
anteriores. O que se vai julgar agora é o trabalho do último mandato, somente
isso. É assim em democracia. Em democracia a avaliação é contínua.
O Presidente preparava-se para desta vez elevar bem alto a
bandeira das conquistas desportivas. Anunciou-o várias vezes. Era sem dúvida a próxima
etapa. Reforçou de forma inimaginável as cinco modalidades de pavilhão - nunca o
Benfica esteve tão forte nas cinco modalidades ao mesmo tempo - continuou a
aposta no projecto Olímpico e de caminho não estragou e até apoiou o projecto da
Professora Ana Oliveira no atletismo. Consolidou a aposta na formação e
replicou o modelo em várias modalidades. Embora com um número de títulos
inferior ao esperado, a evolução é indiscutível.
Onde Vieira, aliás o Vieirismo (que é um pouco diferente)
falhou neste campo foi precisamente onde não deveria falhar: A gestão do futebol
do Benfica. Apesar do forte e inédito investimento, este tem sofrido vários e incómodos
reveses devido a aplicação de diversas e sucessivas estratégias erradas. São
avanços e recuos constantes, falsas partidas e tiros ao lado. Tudo consubstanciado
num mau posicionamento no sistema de poder do futebol português, numa má política
de comunicação para o exterior, num exagerado entrincheiramento nos meios de comunicação
do clube, na atribuição de demasiado poder ao treinador, pouco rigor na gestão de
vários processos, instabilidade no staff profissional de apoio à equipa e alguma
ligeireza negocial.
O sucesso do futebol mede-se em títulos e troféus e não
podemos dizer que estes últimos 3 anos foram um sucesso só porque foram os melhores
da última década. Isso seria uma traição à história do clube. São décadas e décadas
de vitórias, de dominio do futebol nacional. Vencer apenas um campeonato em três
anos não é uma tragédia mas não deve ser sinónimo de sucesso.
Outra bandeira que
poderia ser levantada para compensar os insuficientes resultados desportivos é a
potencialização e promoção de jogadores e o respectivo encaixe financeiro,
facto referido até à exaustão pelo treinador.
A este propósito não vale a pena voltar a explicar que estes processos devem
ser encarados como um meio e não um fim. A missão do clube é vencer, se a
venda de activos servir para reforçar o plantel e aumentar a capacidade para
atingir vitórias, muito bem, agora utilizar esse facto como positivo por si só
não é intelectualmente honesto. Ter sucesso nas vendas como objectivo principal
de actividade é mais à frente, do outro lado da segunda circular, chama-se
Colombo e as coisas não andam nada bem.
Mas mesmo que se queira, nem mesmo por aí se poderá ir. Os últimos
Relatórios e Contas da SAD e do Clube mostram um Benfica financeiramente sufocado,
melhor que os nossos vizinhos é certo, mas sufocado. Um clube que nos últimos
anos andou sempre na alta-roda da Europa, que tem um número de sócios
invejável, vendas anuais de jogadores que originam receitas significativas e
mesmo assim surge no final desta época com saldo de exploração negativo, é
porque se anda a gastar demasiado e mal.
Se foi reconhecido o mérito da recuperação económica e
financeira pós buraco Azevedo com duas eleições ganhas com números cubanos, é justo
agora afirmar, em relação ao mandato que vai ser julgado, que a gestão da SAD,
cuja responsabilidade é dos seus administradores, nomeados pelo clube, foi
extremamente incompetente, porque nem conseguiu vencer no campo desportivo, nem
no campo financeiro.
Ninguém diminui a importância de se ter feito um canal do clube,
de se ter recuperado as casas do Benfica, de se ir erigir um museu único no
Mundo, mas a SAD do futebol é o elemento primordial do clube, não só porque este
é o principal accionista, mas porque tutela a sua principal actividade,
actividade que há mais de 100 anos fez sonhar o jovem nascido na travessa do Alqueidão.
A única bandeira que Luís Filipe Vieira poderá levantar é o
facto de neste momento não existir alternativa. E é verdade. Não existe
alternativa credível, nem sem ser credível. Simplesmente não existe. A poucas semanas
das eleições é o deserto completo. Pior. Apenas um agitador a norte que se ouve
de vez em quando como quem ouve ao longe uma incomodativa melga. É triste mas é
assim. Este talvez seja o grande problema que o clube se debate neste início de
século. A falta de participação associativa.
patriarca disse:
ResponderEliminarSim e as alternativas ??!!
O problema está aí, num Grandioso Clube como o Benfica NÃO TEM SÓCIOS à altura de se empenharem em defender o Clube, em enfrentar as adversidades, é pelo menos o que parece.
O LFV tem sido um Presidente que tem dado muito ao Benfica, no aspecto de GERIR o Clube, mas no Plano extra desportivo, já neste TEM SIDO VÁRIOS ZEROS À ESQUERDA. Durante o seu mandato ganhámos DOIS campeonatos e isso diz tudo. Com a SUA FRACA, MEDROSA, ACANHADA e DISPLICENTE atitude dá para que o Sistema faça o que lhes dá na gana contra o Benfica e com o seu SILÊNCIO TENEBROSO muito contribui para o que ao longo dos anos tem acontecido. Às vezes lá manda "umas bocas", mas como não é hábito falar e tocar com VEEMÊNCIA nos assuntos importantes, lá aparece o Sistema Mafioso Corrupto a Castigá-lo e é isso precisamente que o Sistema quer calar os Benfiquistas através do Silêncio do seu presidente.
Por vezes até parece que quem está á frente do Governo português também é NOMEADO pelo Porco-mor, tais são as parecenças, as igualdades colocadas em termos de honestidade, aliás a FALTA DELA, que tal como a roubalheira ao povo, assim como os ROUBOS Descarados ao Clube do Povo, o Glorioso. O País como há muito que bateu no fundo, já não consegue dar uns "PASSOS ATRÁS", e as circunstâncias RELVAS e DIPLOMAS ao Domingo, entre outras são factores que demonstram bem o rumo seguido.
Com tanta ERVA DANINHA existente, será bom que os responsáveis do Benfica estejam MUITO ATENTOS, senão qualquer dia o Clube CORRUPTO dos Ladrão vai à Falência Total, mas quem vai sofrer as consequências aterradoras será o Benfica e seus associados e simpatizantes. Somos mais, mas não parece e as ATOARDAS, INVESTIDAS, AS ARTIMANHAS, OS CRIMES cometidos contra este Grande Clube parece que não vão ter fim e NÒS Benfiquistas ASSOBIAMOS para o lado como se tudo isto fosse uma Miragem. Benfica, que Futuro ???!!
Bom post!
ResponderEliminarE a última frase tem todo o sentido, infelizmente...